Elos Clube de Tavira

Fevereiro 18 2011

 

Andorinha em Latitude Zeroº - Rota Ingoré

 

Introdução:

 

Em Setembro de 2000, os líderes mundiais reuniram-se para a Cimeira do Milénio nas Nações Unidas e estabeleceram Oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs). Lisboa, em 2006, foi a anfitriã da Conferencia Europeia “8 Caminhos para mudar o Mundo” que devem ser atingidos até 2015.

 

Eis os 8 Objectivos:

 

1. Erradicar a fome e a pobreza extremas

2. Completar a educação primária a nível universal

3. Promover a igualdade dos géneros e implementar o poder das mulheres

4. Reduzir a taxa de mortalidade infantil

5. Desenvolver os cuidados de saúde maternos

6. Combater o Hiv/Sida, a malária e outras doenças

7. Assegurar a sustentabilidade ambiental

8. Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento

 

Estes objectivos recobrem muitos daqueles que o evento Latitude Zero – Equatorial Challenge se propôs nas suas anteriores edições.

 

… a grande bandeira do Rota Ingoré é, em coerência com a filosofia habitual, o transporte – a médio prazo – de uma escola pré-fabricada e respectivo equipamento...

 

1. Objectivos da Rota Ingoré:

 

Percorrer a Guiné-Bissau, de Norte a Sul, visitando pequenas aldeolas isoladas onde existam missões religiosas, ou não, constituídas por voluntários portugueses.

Visamos:

• Contribuir para a promoção da Língua Portuguesa, como factor de união entre todos os povos da CPLP: serão ofertados pequenos conjuntos de livros de instrução primária.

• Dar visibilidade ao ignorado esforço destas populações pelo progresso económico, social e cultural.

• Dar testemunho do contributo de Portugal para o diálogo entre culturas, em zona de intensíssimo contacto com a África francófona.

• Contribuir para a promoção da mulher Guineense, em projectos de desenvolvimento local integrado, sendo portadores de apoios à agricultura – sementes, agro - químicos, instrumentos e ferramentas agrícolas e manuais básicos de agricultura.

• Realizar a expedição com um balanço nulo de emissões de CO2. As sementes transportadas permitirão a promoção da agricultura local e simultaneamente a absorção de CO2 emitido.

• Por último, contribuir para a divulgação do trabalho de voluntariado, realizado por tantos e tantos portugueses, junto destas populações desfavorecidas.

 

2. O percurso:

 

Bissau – Canchungo – Ilha de Pecixe – S. Domingos – Ingoré – Bafatá – Bambadinca – Gabú – Boé – Catió – Tombali – Quinhamel – Bissau.

 

3. Contingências

 

1. Zonas de conflito e tensão (Casamansa) a norte da Guiné-Bissau.

2. Instabilidade política

 

É neste âmbito que a Bankada Andorinha e os respectivos projectos, de promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa, serão visitados em Canchungo, com o seguinte programa:

 

Dia 24 de Fevereiro (quinta-feira):

15h30 – Comité de Estado – cumprimentos ao Administrador de Sector, Faustino Paulo Mango

16h00 – Visita à Rádio Babok

16h30 – Passagem pelo Liceu Regional Hô Chi Minh – cumprimentos a Marcolino Vasconcelos, co-autor do programa radiofónico Andorinha

17h00 – Visita a Bankada Andorinha no Centro de Desenvolvimento Educativo – oferta de obras

18h30 – Visita à COAJOQ – Cooperativa Agro-Pecuária de Jovens Quadros

20h00 – Rádio Comunitária Uler A Baand: participação no programa Andorinha Instalação da expedição na COAJOQ

 

Dia 25 de Fevereiro (sexta-feira):

09h00 – Visita a Escola Pública de Iniciativa Comunitária de Cabienque

10h30 – Visita a Escola Pública de Iniciativa Comunitária “Tomás Nanhungue” de Tame e a uma das escolas anexas (Pencontche, Guepite, Pepas, Cabeh e Canuan)

12h30 – Escola Pública de Iniciativa Comunitária “Prof. Henrique Bamba Ferreira” de Canhobe

14h00 – Regresso a Canchungo

17h00 – Visita a Escola Prof. Antero Sampaio – homenagem a Padre José Marques Henriques Pernoitar na COAJOQ – djumbai

 

Dia 26 de Fevereiro (sábado):

08h00 – Partida para Pecixe Pernoitar na COAJOQ

 

-- Andorinha | Caixa Postal nº 1 | Canchungo | Guiné-Bissau

www.andorinhaemcanchungo.blogspot.com

 

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:03

Janeiro 07 2011

 

 

DOIS ANOS DE PROMOÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA CULTURA EM LÍNGUA PORTUGUESA NA GUINÉ-BISSAU

 

 

Em Canchungo, a 24 de Abril de 2008, Marcolino Elias Vasconcelos, professor – sobretudo de Língua Portuguesa – no Liceu Regional Hó Chi Minh, e António Alberto Alves, sociólogo e voluntário, iniciaram o programa Andorinha na Rádio Comunitária Uler A Baand, que tem como objectivo a promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa e desde então mantém a sua periodicidade semanal, todas as quintas-feiras entre as 20.3h e 21.3h na frequência de 103 MHz. De imediato, para responder a diversas solicitações de apoio educativo, jovens estudantes tomaram a iniciativa de se organizarem em bankada*, para ouvirem o programa Andorinha e “praticarem a oralidade e ultrapassarem o receio de falarem em português”! Ao longo desse ano, constituíram-se bankadas nos bairros da cidade de Canchungo (Betame, Pindai, Catchobar, Tchada, Djaraf, rua de Calquisse, Bairo Nobo) e em algumas tabanka (Cajegute, Canhobe, Tame). Complementarmente, foi constituída a bankada central Andorinha, que concentra as suas actividades no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo e que tem organizado algumas iniciativas: sessões de vídeo, acções de sensibilização em escolas, feira do livro.

 

[*Bankada é um grupo informal mas estruturado, sobretudo de jovens, que se juntam num local na rua, para ouvirem rádio – neste caso, o programa Andorinha e para praticarem a oralidade em Língua Portuguesa.]

 

Esta iniciativa Andorinha surge como pioneira num país onde a utilização da Língua Portuguesa é muito baixa e a sua riqueza parte da própria motivação de jovens estudantes se organizarem em autoformação.

 

Complementarmente, no ano lectivo de 2009-2010, realizámos o projecto Andorinha – Promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa – um intercâmbio de escolas portuguesas e escolas no sector de Canchungo, Região de Cacheu, Guiné-Bissau. Tem como objectivo a montagem de um projecto bilateral de troca de experiências e intercâmbio entre um estabelecimento de ensino de Portugal e de um congénere na Região de Cacheu (Guiné-Bissau), que poderá proporcionar múltiplas vantagens recíprocas – e despoletar diversas acções de cooperação. Com efeito, a troca de correspondência escolar entre directores, professores e alunos, certamente aumentará o domínio da escrita em Língua Portuguesa entre os guineenses e promoverá o conhecimento sobre a Guiné-Bissau entre os portugueses.

 

Neste sentido, as iniciativas Andorinha passarão a promover o uso oral e escrito da Língua Portuguesa no quotidiano dos jovens e estudantes guineenses.

 

Em Canchungo e na Região de Cacheu, a designação de “Andorinha” é já sinónimo de promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa. Como grupo informal, solicitámos a adesão à CONGAI – Confederação das Organizações não Governamentais e Associações Intervenientes ao Sul do Rio Cacheu, o que foi prontamente aceite.

 

Do que as iniciativas Andorinha têm realizado desde o início do ano lectivo 2009-2010, destacamos:

 

- O envolvimento e formação de jovens das bankada Andorinha para apoiarem e realizarem o programa Andorinha na Rádio Comunitária Uler A Baand – todas as quintas-feiras entre as 20.3h e 21.3h na frequência de 103 MHz;

 

- As acções de apresentação das bankada Andorinha e a sensibilização ao uso da Língua Portuguesa realizadas no Complexo Escolar Santo Agostinho, Escola EBU, Escola 1º de Junho e ADRA – Escola Adventista, em Canchungo, por solicitação dos respectivos directores;

 

- A organização e realização da actividade “Nô Pensa Cabral!”;

 

- A entrega da correspondência escolar enviada pelo Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Joaquim de Magalhães de Faro à direcção do Liceu Regional Hó Chi Minh em Canchungo;

 

- A constituição de uma bankada Andorinha em Bissau – na Paróquia de Brá;

 

- A sessão de apresentação das bankada Andorinha e a sensibilização ao uso da Língua Portuguesa realizada no âmbito do intercâmbio de alunos e professores entre o Liceu Regional Hó Chi Minh e o Liceu Dr. Luís Fona Tchuda de Gabú, sob o lema “Juntos para um ensino de qualidade face aos desafios do futuro”;

 

- O início da emissão do programa Andorinha na Rádio Babok – todos os Domingos, entre as 21h e 22h na frequência de 98 MHz;

 

- A acção de apresentação das bankada Andorinha e a sensibilização ao uso da Língua Portuguesa realizada no Liceu Domingos Mendonça em Cacheu;

 

- A entrega da correspondência escolar e de diverso material enviado pelo Agrupamento Vertical de Escolas de Vila Caíz à direcção e professores da Escola Pública de Iniciativa Comunitária “Tomás Nanhungue” em Tame;

 

- A visita à bankada Andorinha “Umeeni” em Petabe.

 

De 19 a 25 de Abril de 2010 comemorámos este segundo aniversário do surgimento das iniciativas Andorinha, com a realização de um conjunto de acções:

 

- 19 Abril (segunda-feira): Entrega de 433 músicas em Língua Portuguesa, de 93 artistas/grupos de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Timor-leste, à Rádio Comunitária Uler A Baand e Rádio Babok;

 

- 20 Abril, 10h (terça-feira): Inauguração da 2.ª Feira do Livro no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo;

 

- 20 a 24 Abril (8.3-11h e 16-19h): 2.ª Feira do Livro no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo;

 

- 24 Abril a partir das 16h (sábado): 2.ª Festa Andorinha na COAJOQ – Cooperativa Agro-Pecuária de Jovens Quadros;

 

- 25 Abril (Domingo): Documentário sobre a Revolução dos Cravos em Portugal. - A inauguração da 1.ª Feira do Livro no Centro de Recursos em Cacheu;

 

- A entrega da segunda correspondência escolar enviada pelo Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Joaquim de Magalhães de Faro à direcção do Liceu Regional Hó Chi Minh em Canchungo;

 

- A oferta de 60 t-shirts Andorinha pela empresa Jomav – Importação e comercialização de materiais de construção;

 

- A cerimónia de tomada de posse da bankada Andorinha Liceu Domingos Mendonça em Cacheu;

 

- A constituição da bankada Andorinha da Escola 1.º de Junho em Canchungo;

 

- A entrega da correspondência escolar e de diverso material enviada pelo Agrupamento Vertical de Escolas de Mondim de Bastos à direcção e professores da Escola Pública de Iniciativa Comunitária de Cabienque e à direcção da AFIR – Associação dos Filhos e Irmãos de Cabienque;

 

- A constituição da bankada Andorinha “União Faz a Força” em Tchulame.

 

Semanalmente, todos os Sábados, pelas 17 horas, a bankada central Andorinha reúne no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo. Ao longo do mês de Junho realizamos uma reflexão e autoformação sobre o funcionamento de uma associação, que incluiu a concepção e redacção de uma proposta de estatutos. A 19 de Junho fundámos a associação Bankada Andorinha, com a redacção da acta – a que se seguirão os diversos passos legais para a sua efectivação.

 

De salientar, que esta é uma iniciativa concebida e protagonizada por jovens alunos e professores guineenses, às expensas de trabalho voluntário e esforço e empenho de cada um – sem qualquer apoio de instituições responsáveis pela promoção da Língua Portuguesa...

 

Para mais informações e imagens, ver www.andorinhaemcanchungo.blogspot.com

 

Na esperança de que estas iniciativas possam ser valorizadas e ficando ao dispor para qualquer esclarecimento que acharem conveniente, apresentamos os nossos melhores cumprimentos

 

Marcolino Elias Vasconcelos – 00 245 6625332

António Alberto Alves – 00 245 6726963

Eduardo Gomes (Presidente das bankada Andorinha) – 00 245 6824282

 

«Há números que apontam para 5% da população que fala Português, no recenseamento de 1979, e outros para 10%, no recenseamento de 1991 (Scantamburlo, 1999: 62). Não há, infelizmente, estudos mais recentes sobre esse assunto, mas penso que é por demasiado evidente que a situação da Língua Portuguesa na Guiné-Bissau em nada se compara com os restantes países lusófonos africanos: é, sem dúvida, o PALOP onde se fala menos português. Basta circular pelas ruas de Bissau para nos apercebermos desta dura realidade.

 

Devido ao facto de ser a língua oficial, o Português é o idioma de ensino. É também a língua de produção literária, da imprensa escrita, da legislação e administração. Deparamo-nos, então, com este paradoxo: tudo está escrito em Português, mas uma parte esmagadora da população não domina a língua. As crianças são alfabetizadas numa língua que não ouvem, nem em casa nem na rua, e só quando comunicamos com a elite politica e intelectual guineense conseguimos estabelecer comunicação em Português. O grande problema da Língua Portuguesa neste país é, a meu ver, não passar da escrita para a oralidade.

 

(…) Dado que a rádio é o único meio de comunicação que chega a todos os guineenses, parece-me fundamental uma aposta em programas radiofónicos que divulguem a Língua Portuguesa; em suma, uma aposta na oralidade.»

 

- Ana Paula Robles, Instituto Camões na Guiné-Bissau

 

[O ensino da Língua Portuguesa no ensino superior: a situação da Guiné-Bissau. Ubuntu, nº 3, Dezembro 2006, Bissau, p. 21-24]

 

--

 

Andorinha | Caixa Postal nº 1 | Canchungo | Guiné-Bissau

 

www.andorinhaemcanchungo.blogspot.com

 

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:10

Novembro 30 2010

 

… REVELAM EMOÇÕES NA PRIMEIRA VISITA A ÁFRICA

 

 

Um grupo de quilombolas - descendentes dos escravos que fugiram dos seus donos no Brasil e fundaram refúgios, os quilombos - está pela primeira vez na África para conhecer a terra dos seus ancestrais.

 

 

A viagem, financiada pela ONG portuguesa Instituto Marquês do Valle Flor e pela União Europeia, começou no último dia 17, na Guiné-Bissau, e termina a 2 de Dezembro, em Cabo Verde.

 

A excursão faz parte do projecto "O Percurso dos Quilombos: da África para o Brasil e o Regresso às Origens". O grupo de viajantes é formado por 21 quilombolas brasileiros - todos do Maranhão - e cinco acompanhantes.

 

"O calor com o que nos acolheram deu a impressão de que já nos conhecíamos há milhares de anos, que realmente somos da mesma família", disse a lavradora e quilombola Maria José Palhano, 50 anos, sobre o contacto com os africanos.

 

"Deu um sentimento de pertença, que realmente somos da mesma família e que fomos levados daqui", afirma ela, que é coordenadora da Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (Aconeruq), ONG brasileira parceira do projecto.

 

De acordo com dados do Conselho Ultramarino, o Maranhão recebeu 31.563 escravos entre os anos de 1774 e 1799, quase metade deles vindos da Guiné-Bissau.

 

Cacheu

Partilha cultural

 

A pesquisadora e coordenadora do projecto no Brasil, Verónica Gomes, diz que o objectivo da viagem é de "descoberta e de partilha cultural", promovendo a protecção, valorização e difusão da cultura quilombola.

 

"A demanda surgiu dos quilombolas brasileiros, que queriam conhecer as suas raízes", afirma. "A memória, a oralidade, a territorialidade são princípios na vida dos quilombolas, e isso estará registado para sempre."

 

Palhano identificou nos rostos, no gosto da comida, na hospitalidade e na "alegria de viver, mesmo em horas difíceis" as similaridades entre africanos e os brasileiros afro-descendentes.

 

A visita, segundo ela, veio reforçar esses laços e essa identidade, assim como mostrar outras influências que ainda não havia notado, como no modo de trabalho.

 

"Nós trabalhamos em mutirão e percebemos que isso vem daqui, pois nas roças por onde passamos, a forma de trabalho é a mesma, as pessoas se ajudam umas às outras", afirma.

 

A visita à Guiné-Bissau começou por Cacheu, no noroeste do país. A cidade preserva o forte e o porto de onde saíram escravos com destino ao Maranhão, via Cabo Verde.

 

Os quilombolas visitaram também diversas tabancas, como são chamadas as comunidades rurais na língua crioula de Guiné-Bissau.

 

Também foram realizadas apresentações culturais, tanto de etnias guineenses quanto dos quilombolas, ao longo da semana em que os brasileiros estiveram no país.

 

Música e culinária

 

Para Álvaro Santos, 50 anos, que dirigiu o espectáculo, o tambor de crioula – dança de origem africana celebrada no Brasil em louvor a São Benedito, padroeiro dos negros no Maranhão - é o traço mais marcante da cultura entre os dois povos.

 

"Até hoje, seja numa comunidade quilombola como numa tabanca guineense, o som do tambor é usado para reunir as pessoas, para celebrar", afirma.

 

Apesar de não ser quilombola, Santos diz ter reafirmado nessa viagem a sua identidade de afro-brasileiro. "O jeito, o modo, a cultura, e as manifestações culturais de modo geral estão em todos nós", diz. "Não precisei nascer no quilombo, mas precisei me aproximar deles para me sentir mais negro".

 

Outra identificação entre Cacheu e Maranhão surgiu pela culinária. O cuxá, prato típico maranhense, tem a sua origem na Guiné-Bissau. No país africano, ele é conhecido como baguitche – excepto pela etnia mandinga, que usa o mesmo nome que no Brasil.

 

"Essa é mais uma prova de que os mandingas estiveram por lá", diz o director-executivo da ONG guineense Acção para o Desenvolvimento (AD), Carlos Schwarz da Silva.

 

Emoção no porto

 

Para a "veterana" do grupo de quilombolas, Nielza Nascimento dos Santos, 69 anos, o momento mais emocionante foi chegar ao porto de Cacheu.

 

"Sempre ouvi falar dos meus antepassados, mas nunca tínhamos tido a oportunidade de chegar até aqui. Agora vamos poder levar a história para a nossa comunidade, para o nosso quilombo", diz. "Chorei bastante quando começaram a contar-me como os escravos eram transportados para o Brasil."

 

Depois da visita dos quilombolas, o governo da Guiné-Bissau anunciou que, a partir do próximo ano, irá realizar, coincidentemente com a Semana da Consciência Negra no Brasil, um festival cultural em Cacheu, onde será criado também um memorial da escravatura.

 

Vários quilombolas relataram o desejo de receber os guineenses no Brasil e de manter contacto. "Queremos também ajudá-los, já que a situação aqui é mais difícil do que no Brasil", afirma Palhano. "Lá, lutamos muito e temos água canalizada, energia, escola. Aqui, ainda falta muita coisa."

 

In http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/11/quilombolos-revelam-emo%C3%A7%C3%B5es-da-primeira-visita-%C3%A0-%C3%A1frica.html

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:37

Agosto 22 2010

 

 

ANDORINHA – 2 ANOS DE PROMOÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA CULTURA EM LÍNGUA PORTUGUESA NA GUINÉ-BISSAU

 

Em Canchungo, a 24 de Abril de 2008, Marcolino Elias Vasconcelos, professor – sobretudo de Língua Portuguesa – no Liceu Regional Hô Chi Minh, e António Alberto Alves, sociólogo e voluntário, iniciaram o programa Andorinha na Rádio Comunitária Uler A Baand, que tem como objectivo a promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa e desde então mantém a sua periodicidade semanal, todas as quintas-feiras entre as 20.3h e 21.3h na frequência de 103 MHz. De imediato, para responder a diversas solicitações de apoio educativo, jovens estudantes tomaram a iniciativa de se organizarem em bankada*, para ouvirem o programa Andorinha e “praticarem a oralidade e ultrapassarem o receio de falarem em português”! Ao longo desse ano, constituíram-se bankadas nos bairros da cidade de Canchungo (Betame, Pindai, Catchobar, Tchada, Djaraf, rua de Calquisse, Bairo Nobo) e em algumas tabanka (Cajegute, Canhobe, Tame). Complementarmente, foi constituída a bankada central Andorinha, que concentra as suas actividades no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo e que tem organizado algumas iniciativas: sessões de vídeo, acções de sensibilização em escolas, feira do livro. [*Bankada é um grupo informal mas estruturado, sobretudo de jovens, que se juntam num local na rua, para ouvirem rádio – neste caso, o programa Andorinha e para praticarem a oralidade em Língua Portuguesa.]

 

Esta iniciativa Andorinha surge como pioneira num país onde a utilização da Língua Portuguesa é muito baixa e a sua riqueza parte da própria motivação de jovens estudantes se organizarem em autoformação.

 

Complementarmente, neste ano lectivo de 2009-2010, estamos a realizar o projecto Andorinha – Promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa – um intercâmbio de escolas portuguesas e escolas no sector de Canchungo, Região de Cacheu, Guiné-Bissau. Tem como objectivo a montagem de um projecto bilateral de troca de experiências e intercâmbio entre um estabelecimento de ensino de Portugal e de um congénere na Região de Cacheu (Guiné-Bissau), que poderá proporcionar múltiplas vantagens recíprocas – e despoletar diversas acções de cooperação. Com efeito, a troca de correspondência escolar entre directores, professores e alunos, certamente aumentará o domínio da escrita em Língua Portuguesa entre os guineenses e promoverá o conhecimento sobre a Guiné-Bissau entre os portugueses.

 

Neste sentido, as iniciativas Andorinha passarão a promover o uso oral e escrito da Língua Portuguesa no quotidiano dos jovens e estudantes guineenses.

 

Em Canchungo e na Região de Cacheu, a designação de “Andorinha” é já sinónimo de promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa. Como grupo informal, solicitamos a adesão à CONGAI – Confederação das Organizações não Governamentais e Associações Intervenientes ao Sul do Rio Cacheu, o que foi prontamente aceite.

 

Do que as iniciativas Andorinha têm realizado desde o início deste ano lectivo 2009-2010, destacamos:

 

- O envolvimento e formação de jovens das bankada Andorinha para apoiarem e realizarem o programa Andorinha na Rádio Comunitária Uler A Baand – todas as quintas-feiras entre as 20.30h e 21.30h na frequência de 103 MHz;

 

- As acções de apresentação das bankada Andorinha e a sensibilização ao uso da Língua Portuguesa realizadas no Complexo Escolar Santo Agostinho, Escola EBU, Escola 1º de Junho e ADRA – Escola Adventista, em Canchungo, por solicitação dos respectivos directores;

 

- A organização e realização da actividade “Nô Pensa Cabral!”;

 

- A entrega da correspondência escolar enviada pelo Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Joaquim de Magalhães de Faro à direcção do Liceu Regional Hô Chi Minh em Canchungo;

 

- A constituição de uma bankada Andorinha em Bissau – na Paróquia de Brá;

 

- A sessão de apresentação das bankada Andorinha e a sensibilização ao uso da Língua Portuguesa realizada no âmbito do intercâmbio de alunos e professores entre o Liceu Regional Hô Chi Minh e o Liceu Dr. Luís Fona Tchuda de Gabú, sob o lema “Juntos para um ensino de qualidade face aos desafios do futuro”;

 

- O início da emissão do programa Andorinha na Rádio Babok – todos os domingos, entre as 21h e 22h na frequência de 98 MHz;

 

- A acção de apresentação das bankada Andorinha e a sensibilização ao uso da Língua Portuguesa realizada no Liceu Domingos Mendonça em Cacheu;

 

- A entrega da correspondência escolar e de diverso material enviado pelo Agrupamento Vertical de Escolas de Vila Caíz à direcção e professores da Escola Pública de Iniciativa Comunitária “Tomás Nanhungue” em Tame;

 

- A visita à bankada Andorinha “Umeeni” em Petabe.

 

De 19 a 25 de Abril de 2010 comemoramos este segundo aniversário do surgimento das iniciativas Andorinha, com a realização de um conjunto de acções:

- 19 Abril (segunda-feira): Entrega de 433 músicas em Língua Portuguesa, de 93 artistas/grupos de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Timor Leste, à Rádio Comunitária Uler A Baand e Rádio Babok;

- 20 Abril 10h (terça-feira): Inauguração da 2.ª Feira do Livro no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo;

- 20 a 24 Abril (8.3-11h e 16-19h): 2.ª Feira do Livro no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo;

- 24 Abril a partir das 16h (sábado): 2.ª Festa Andorinha na COAJOQ – Cooperativa Agro-Pecuária de Jovens Quadros;

- 25 Abril (domingo): Documentário sobre a Revolução dos Cravos em Portugal.

 

- A inauguração da 1.ª Feira do Livro no Centro de Recursos em Cacheu;

 

- A entrega da segunda correspondência escolar enviada pelo Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Joaquim de Magalhães de Faro à direcção do Liceu Regional Hô Chi Minh em Canchungo;

 

- A oferta de 60 t-shirts Andorinha pela empresa Jomav – Importação e comercialização de materiais de construção;

 

- A cerimónia de tomada de posse da bankada Andorinha Liceu Domingos Mendonça em Cacheu;

 

- A constituição da bankada Andorinha da Escola 1.º de Junho em Canchungo;

 

- A entrega da correspondência escolar e de diverso material enviada pelo Agrupamento Vertical de Escolas de Mondim de Bastos à direcção e professores da Escola Pública de Iniciativa Comunitária de Cabienque e à direcção da AFIR – Associação dos Filhos e Irmãos de Cabienque;

 

- A constituição da bankada Andorinha “União Faz a Força” em Tchulame. Semanalmente, todos os sábados, pelas 17 horas, a bankada central Andorinha reúne no Centro de Desenvolvimento Educativo de Canchungo.

 

Ao longo do mês de Junho realizamos uma reflexão e autoformação sobre o funcionamento de uma associação, que incluiu a concepção e redacção de uma proposta de estatutos. A 19 de Junho fundamos a associação Bankada Andorinha, com a redacção da acta – a que se seguirão os diversos passos legais para a sua efectivação. De salientar, que esta é uma iniciativa concebida e protagonizada por jovens alunos e professores guineenses, a expensas de trabalho voluntário e esforço e empenho de cada um – sem o apoio de instituições responsáveis pela promoção da Língua Portuguesa...

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 21:44

Julho 16 2010

http://www.youtube.com/watch?v=nrpemYjivbE&feature=related

 

 

E nós, Movimento Elista, vamos continuar parados?

 

 

 

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 10:44

Março 21 2010

 

… JÁ PODEM TER DUPLA NACIONALIDADE
 
 
Segundo o primeiro-ministro guineense, a lei vai "permitir aos cidadãos guineenses que optaram por ter nacionalidade portuguesa não perderem a sua nacionalidade de origem".
 
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, anunciou que os guineenses com nacionalidade portuguesa já podem requerer a nacionalidade guineense.

"A Assembleia Nacional Popular, na sua sessão de sexta-feira, acabou de aprovar a lei da dupla nacionalidade", afirmou Carlos Gomes Júnior, durante uma visita à União da Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).
 
"Penso que é um reconforto e um apoio institucional que queremos dar para amanhã, quando voltarem ao seu país, voltarem com todos os seus plenos direitos", afirmou Carlos Gomes Júnior. "Embora nascidos no estrangeiro, têm o direito de ser cidadãos guineenses", salientou.

Carlos Gomes Júnior visitou a UCCLA no âmbito de uma visita oficial que iniciou hoje, 17 de Março, a Portugal e que termina nesta quarta-feira.
 
17 de Março de 2010
 
in “Moçambique para todos” em  http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/
 
publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:45

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