Elos Clube de Tavira

Janeiro 05 2011

 (*)

 

Cidade do Vaticano, Domingo, 14 de Novembro de 2010

 

Queridos irmãos e irmãs:

 

(…)

 

A crise económica actual, sobre a qual se tratou também nestes dias na reunião do chamado G20, deve ser concebida em toda a sua seriedade; esta tem numerosas causas e exige uma revisão profunda do modelo de desenvolvimento económico global (cf. encíclica Caritas in veritate, 21). É um sintoma agudo que se somou a outros também graves e já bem conhecidos, como o perdurar do desequilíbrio entre riqueza e pobreza, o escândalo da fome, a emergência ecológica e, actualmente, também geral, o problema das greves. Neste quadro, parece decisivo um relançamento estratégico da agricultura. De facto, o processo de industrialização às vezes ensombrou o sector agrícola, o qual, ainda contando com os benefícios dos conhecimentos e das técnicas modernas, contudo, perdeu importância, com notáveis consequências também no campo cultural. Este parece ser o momento para um convite a revalorizar a agricultura, não em sentido nostálgico, mas como recurso indispensável para o futuro.

 

Na situação económica actual, a tentação para as economias mais dinâmicas é a de recorrer a alianças vantajosas que, contudo, podem acabar sendo prejudiciais para os Estados mais pobres, prolongando situações de pobreza extrema de massas de homens e mulheres e esgotando os recursos naturais da Terra, confiada por Deus Criador ao homem – como diz o Génesis – para que a cultive e proteja (cf. 2, 15). Além disso, apesar da crise, consta que nos países de antiga industrialização, se incentivam estilos de vida marcados por um consumo insustentável, que também acabam prejudicando o ambiente e os pobres. É necessário dirigir-se, portanto, de forma verdadeiramente concertada, a um novo equilíbrio entre agricultura, indústria e serviços, para que o desenvolvimento seja sustentável, não falte pão para ninguém e para que o trabalho, o ar, a água e os demais recursos primários sejam preservados como bens universais (cf. Caritas in veritate, 27).

 

Para isso, é fundamental cultivar e difundir uma clara consciência ética à altura dos desafios mais complexos do tempo presente; educar-se num consumo mais sábio e responsável; promover a responsabilidade pessoal junto à dimensão social das actividades rurais, fundadas em valores perenes, como o acolhimento, a solidariedade, a partilha do cansaço no trabalho. Muitos jovens já escolheram este caminho; também muitos licenciados voltam a dedicar-se à empresa agrícola, sentindo responder assim não somente a uma necessidade pessoal e familiar, mas também a um sinal dos tempos, a uma sensibilidade concreta pelo bem comum.

 

(…)

 

 

(*) http://www.google.pt/imgres?imgurl=https://1.bp.blogspot.com/_gdCFmLqqdRk/S-ngeAF80tI/AAAAAAAAAlo/nNC63_j6z2E/s400/papa_bento_xvi.jpg&imgrefurl=http://pedrosantanalopes.blogspot.com/2010/05/bento-xvi.html&usg=__wLaF1zeSUtfh76NZXjNPisCf1GA=&h=336&w=380&sz=21&hl=pt-pt&start=0&zoom=1&tbnid=TjPOeqDq4k3D7M:&tbnh=159&tbnw=170&prev=/images%3Fq%3DBento%2BXVI%26um%3D1%26hl%3Dpt-pt%26sa%3DN%26biw%3D1007%26bih%3D681%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=479&vpy=115&dur=4025&hovh=211&hovw=239&tx=130&ty=124&ei=bj8kTa3LGMeDswbhwLHbDA&oei=bj8kTa3LGMeDswbhwLHbDA&esq=1&page=1&ndsp=13&ved=1t:429,r:2,s:0

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:48
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