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Glória Marreiros
ERA NOVA
Desponta a Primavera, em meu regaço,
Com odores de vida e de esperança.
As andorinhas trazem confiança
À magia do sonho, onde me enlaço.
Partiu o melancólico cansaço
Que eu trazia, de outrora, como herança.
Agora as madressilvas são pujança,
Em braçadas de luz no meu espaço.
Açudes, onde a água é cristalina
Lavam tempos antigos, outra sina,
Regam o despertador da nova era.
O tempo que vivi não volta mais,
Mas voltam rosas brancas nos beirais,
E volta, em cada ano, a Primavera!
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Maria da Glória Duarte Marreiros José nasceu em Monchique onde passou a infância e parte da juventude, mas viria a fixar a sua residência em Portimão.
A forma dos seus poemas envolve melodias que não ferem, antes encantam os sentidos em névoa de sonhos que convidam à observação da natureza e das belezas que ela contém. Em 1988 publicou o seu primeiro livro “Rochedo de Solidão”, continuando a produzir poesia, que dispersou por vários jornais e concorrendo a muitos certames literários. Mas continuou também a publicar livros onde reuniu os seus poemas. Casos de “Dançar na Tempestade”(1993), “Embalar a Mágoa”(1996), “Silêncio do Riso”(1998), “Terra de Ninguém”(2004), “Emoções em Terra Doce”(2008) e “Bailados Secretos em Noite de Luz”(2009).
Com o seu livro “Colar de Pérolas” (2006), ganhou o Prémio Literário Paul Harris, em concurso no âmbito dos países de língua portuguesa.
Luís Horta
Presidente da Mesa da Assembleia Geral do
Elos Clube de Tavira