Elos Clube de Tavira

Fevereiro 02 2011

A distinção sistemática entre as humanidades e as ciências naturais – sugerindo que as primeiras são exercícios alargados e trans-históricos da sabedoria a que habitualmente chamamos de senso comum – criou um fosso que importa conhecer. De facto, durante o século XX as «ciências humanas» entraram em crise porque as ciências naturais invadiram ostensivamente o seu território daí levando a que as pessoas atirassem fora os conceitos humanistas ao abrigo dos quais o senso comum é compreendido e organizado.

 

O humanismo foi, pois, despejado para a latrina como qualquer resíduo inútil típico duma cosmovisão desaparecida.

 

Como o senso comum cai por terra quando não apoiado pela reflexão, o resultado é a perda de significado; um vazio moral, para dentro do qual fomos levados logo que nos rendemos aos falsos deuses que são o dinheiro, o consumismo e a hiper-liberdade, ou seja, a libertinagem.

 

Lisboa, Fevereiro de 2011

 

Bragança_2007-1.jpg Henrique Salles da Fonseca

 

BIBLIOGRAFIA:

Roger Scruton – BREVE HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA – Guerra e Paz Editores, SA, 1ª edição (Junho de 2010)

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 17:12
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RECEBIDO POR E-MAIL:

Concordo plenamente
A sociedade não está instruída para tanta liberdade, e, não que falar em
mais cultos ou incultos
SDS Elistas
Ramiro Cruz
Henrique Salles da Fonseca a 2 de Fevereiro de 2011 às 19:49

Prezado CE Salles Fonseca, Presidente do Elos Clube de Tavira (PT):
Muito oportuno o presente texto, para a devida reflexão. Para maior aprofundamento indicação de onde buscá-la.
O Elos Clube de Tavira traz, à luz, conteudos importantes para discussões, debates, necessários ao registro de posicionamentos de Elistas frente as suas ações.
Continue fornecendo-nos subsídios para atuarmos de forma melhor como Elistas, com resultados producentes para as nossas comunidades.
Saudações Elistas,
CE Maria Inês Botelho-Presidente do Elos Internacional da Comunidade Lusíada
Maria Inês Botelho a 3 de Fevereiro de 2011 às 17:30

RECEBIDO POR E-MAIL:

Bernardo Soares, no seu "Livro do Desassossego", expõe sobre inquietações, sobre um sentimento de esterilidade, de inutilidade dos sonhos, da exacerbação de emoções, na ironia do absurdo existencial. Nem se tratava de humanismo, pelo desinteresse pelo "outro", no seu narcisismo simultaneamente orgulhoso e de rebaixamento próprio, tal a agudização do sofrimento íntimo.
Os tais que despejaram os valores humanos mais espirituais ou morais, substituindo-os pelas materialidades, nunca se quedaram a magicar com desassossego no tal absurdo e nas inutilidades de tanto desvario material e imoral. Esses vivem bem, não são nenhuns ajudantes de guarda-livros na cidade de Lisboa, como o Soares/Pessoa.
Deixá-los serem felizes. Ao menos esses.
Berta Brás
Henrique Salles da Fonseca a 3 de Fevereiro de 2011 às 19:14

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