DISTRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS
DISCURSO DO PRESIDENTE
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Tavira
Senhores Membros do Júri
Senhores Concorrentes
Prezados Companheiros
Minhas Senhoras e meus Senhores
É com o maior prazer que saúdo V. Ex.ª, Senhor Presidente da Câmara Municipal de Tavira, tanto pelo gosto sincero de o termos entre nós como pelo apoio que a Câmara nos facultou na realização desta iniciativa. Permita-me realçar a disponibilidade do Elos Clube de Tavira para colaboração na política cultural concelhia e peço-lhe, Senhor Presidente, que nos convoque sempre que entender que poderemos ser de utilidade para os desígnios dessa política autárquica que é também a nossa.
Saúdo de seguida os ilustres membros do Júri a quem manifesto um especial agradecimento pelo árduo trabalho a que se dedicaram estudando e relativizando tantos textos concorrentes a estes nossos XI Jogos Florais. Nunca imaginámos quantidade tão grande e é com entusiasmo que registamos uma fortíssima dinâmica literária nacional.
Uma saudação também muito especial aos concorrentes que nos brindaram com 110 peças!!! Meus caros concorrentes: a vossa actividade é a expressão sublime da vitalidade da nossa Nação. E, numa época como esta em que estamos, despojados da capacidade produtiva de bens a favor de outros países em que essas produções são mais baratas, restam-nos a investigação científica e a criação artística. Em suma, resta-nos a valorização da nossa expressão, o aprimoramento do espírito.
E aqui entra a dimensão do humanismo lusíada que resulta da maioridade alcançada por todos os povos que algures no mundo e ao longo da História Portugal administrou e que hoje partilham um mundo livre de submissões institucionais. E porque os laços que hoje nos unem vêm sendo gostosamente tecidos em brocado, estamos numa harmonia plural de diferentes sotaques à volta da mesma língua que hoje é um inequívoco instrumento da paz.
Como alguém dizia sobre D. Francisco de Almeida, Vice-Rei da Índia, mais do que o poder bruto da artilharia e mais do que o poder gentil da diplomacia negociada sobre suaves alfombras, ele usou o poder inteligente desse modo gizando um futuro de glória para uma pequena e distante Nação que só com inteligência se poderia mover entre rivais bem mais poderosos, os donos do lago árabe que se transformou em mar português, esse a que hoje chamamos Oceano Índico.
Eis, pois, o que nos resta: apurarmos o espírito, aguçarmos a inteligência. Só desse modo a nossa pequena Nação se poderá mover entre tantos rivais bem mais poderosos. Hoje, como no tempo de D. Francisco de Almeida, num mundo globalizado. Só que então no âmbito duma globalização de que éramos os autores; hoje, numa em que somos as vítimas. Mas de nada nos valerá carpir sobre o leite derramado. Cumpre-nos, isso sim, garantir a sobrevivência nacional e isso só será possível se prosseguirmos objectivos de excelência. E se não temos excelentes reservas de petróleo, se não temos excelentes minas de oiro ao virar de cada esquina, se como D. João II mais não temos neste mundo globalizado do que as excelentes ruas para passear, tratemos daquela riqueza de que ninguém nos pode privar: as pessoas. Eis ao que andamos; eis ao que andaremos: a promover as populações.
Então, se como dizia Virgílio Ferreira, «uma língua é o lugar donde se vê o mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir», honremos este lugar donde vemos o mundo, alarguemos os limites do pensamento, sintamos mais força na vontade que nos rege.
Ilustres Senhoras e Senhores, Prezados Companheiros: aceitemos como nosso o importantíssimo desígnio de algo fazermos de muito concreto que ajude a nossa Nação e também as novas Nações que de nós nasceram. Tomemos a iniciativa e não nos quedemos parados à espera que os Governos façam aquilo que gostaríamos de ver feito e que, afinal, nós próprios podemos e devemos fazer.
O quê? Eis a questão!
Minhas Senhoras e meus Senhores, muito Prezados Companheiros: tenho a honra de anunciar em primeiríssima mão que, por sugestão do Elos Clube de Tavira, a Presidência do Movimento do Elos Internacional da Comunidade Lusíada assume a Campanha do Analfabetismo Zero como instrumento programático da sua acção em todo o espaço lusíada.
Assim, o combate ao analfabetismo adulto passa a ser um elemento estrutural da actuação do Movimento Elista espalhado pelo mundo e – à semelhança do que já sucede com a bandeira azul atribuída às praias limpas – também nós passaremos a atribuir a bandeira do “Analfabetismo Zero” às Autarquias lusíadas que comprovadamente erradiquem esse flagelo. E se o Regulamento da atribuição desse distintivo só agora vai começar a ser estudado, há que lançar de imediato o concurso de ideias para a bandeira a hastear nas Autarquias que o conquistem.
Minhas Senhoras e meus Senhores, Prezados Companheiros, aqui fica a notícia e daqui lanço o desafio a todos os desenhistas lusíadas para que nos tragam ideias para a «Bandeira do Analfabetismo Zero».
Esta, uma acção da sociedade civil que toma a iniciativa em prol do bem da grande Nação lusíada; este, um exercício de aprimoramento do espírito que ficará marcado pela Tavira que Vive Cultura.
Mãos à obra e muito obrigado pela atenção.
Tavira, 13 de Novembro de 2010
Henrique Salles da Fonseca
Presidente