Elos Clube de Tavira

Junho 23 2010

 

 

Por tudo que antecede, parece urgente assentar naquilo que devemos apelidar de …

 

5. … EXIGÊNCIAS COMUNS DE UMA EDUCAÇÃO ÉTICA

 

Cada verdadeiro educador sabe que deve transmitir algo de si mesmo e que só assim pode ajudar os educandos a superarem egoísmos. Há na criança e no jovem um grande desejo de saber e de compreender que se manifesta nas suas contínuas perguntas e pedidos de explicações. A educação reduz-se à dimensão de mera instrução quando se limita a dar noções e informações deixando de lado a grande pergunta que pode servir de orientação na vida: o que é o bem? E há que distinguir entre o bem individual, o bem plural e o bem nacional que servem para a vida dos governados, os contribuintes. Mas a essas dimensões do bem há que juntar o Sentido de Estado, ou seja, o bem a que devem obedecer os governantes, os contribuídos, a quem cumpre gerir a definição da causa comum, ou seja, o bem comum.

 

E se a causa comum resulta duma discussão democraticamente desenvolvida, ela tem que assentar em princípios morais que derivem linearmente do conceito de bem, tudo conjugado num edifício a que deveremos chamar política de base ética. Ou seja, no plano nacional, a Ética e o Sentido de Estado estão ligados numa relação íntima em que nenhum dos dois conceitos pode existir sem o outro.

 

Outra questão, aliás bem delicada, tem a ver com o equilíbrio entre a liberdade e a disciplina. Educação bem sucedida é a que dá formação para o recto uso da liberdade e as regras de comportamento, utilizadas no dia-a-dia, formam o carácter. Só um carácter bem formado permite aos jovens a preparação necessária para enfrentarem as vicissitudes que não faltarão ao longo da vida.

 

E é do disciplinado uso da liberdade que resulta com a maior naturalidade o sentido de responsabilidade, esse outro valor imprescindível para a harmonia e desenvolvimento social.

 

A responsabilidade começa por assumir uma dimensão individual e é partir dela que construímos a responsabilidade plural como membros de uma nação.

 

E as ideias, os estilos de vida, as leis, as orientações gerais da sociedade e a imagem que dela dão os meios de comunicação ao exercerem uma grande influência sobre todos nós – tanto para o bem como para o mal – impõem-nos que devamos cuidar da formação das novas gerações de modo a que elas saibam com exactidão distinguir entre o que devem escolher e o que devem rejeitar, sem se deixarem influenciar por motivações menos transparentes dos fazedores de opinião pública tantas vezes a soldo de interesses mais sinuosos do que aquilo que queremos para os nossos.

 

(continua)

 

Henrique Salles da Fonseca

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:51
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A ética é um tema privilegiado pelo Dr. Salles da Fonseca. E com justa razão. Bom seria se ela estivesse no centro dos debates nacionais. Ao reflectirmos sobre o conceito, penso que nunca esgotaremos as palavras para especular o quanto ela é ou pode ser responsável pela modelação definitiva do nosso destino.
Quando começou a delinear-se o sentido da “ética lusófona”? Foi com as primeiras pedras da fundação da nacionalidade, ou seja, pela espada de D. Afonso Henriques e pela política de povoamento do seu filho Sancho? Ou foi, mais de dois séculos depois, pela consciência política de Fernão Vasques à frente dos seus mesteirais?
E foi-o sendo pelo tempo fora, consolidando-se, com um pé no território e outro na lonjura do mar? Ou foi com as luzes do Liberalismo, espelho onde pudemos ler os princípios ao mesmo tempo que nos contemplávamos?
Nos tempos actuais, alguns põem em causa a existência de uma verdadeira “ética lusófona”, e a dúvida serve de pretexto para nos interrogarmos se ela é produto da genética ou se é mais fruto de circunstâncias históricas.
Mas precisamos tanto dela nos tempos que correm!
Continuemos…

Adriano Miranda Lima a 23 de Junho de 2010 às 17:13

Prezado CE Salles Fonseca, Presidente do Elos Clube de Tavira:

Tratar do conceito que envolve a ética é aprofundar-se pelo conceito de sociedade. Tratar do ângulo da ética focando o Bem, a educação de gerações, o sitema político estabelecido é alcançar a capilarização da vida dos seres no coletivo a partir da existência que se inicia na célula-família e se expande para um território permeado pelo paradoxo: valorizar o individual e o coletivo a partir do sistema global.
Parabéns!
Há que se apresentar idéias para serem debatidas e alcançarem o patamar da prática, a fim de se ajustar um caminhar mais condizente com o mundo que sonhamos, desejamos e buscamos alcançar a partir da Carta de Princípios Elistas, cuja aplicação, no cotidiano, traduzem ações que valorizam a ética, tão necessária a uma vida em coletividade.
Continuemos nessa cruzada. Tenha a certeza de que valerá a pena ser persistente.
Lembre-se: "O mundo é obra de todos nós." (Eduardo Dias Coelho)
Saudações elistas
CE Maria Inês Botelho-Presidente do Elos Internacional da Comunidade Lusíada
Maria Inês Botelho a 24 de Junho de 2010 às 23:21

RECEBIDO POR E-MAIL:

Prezado CE Presidente
Considero magnífico o texto da sua mensagem com o título ÉTICA LUSÓFONA E SENTIDO DE ESTADO. Parabéns e muito obrigado pelo seu envio. Vou retransmiti-lo por outros elistas. Um abraço com saudações elistas
António Abraços
Henrique Salles da Fonseca a 25 de Junho de 2010 às 18:17

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