Elos Clube de Tavira

Fevereiro 15 2011

 (*)

Biblioteca Municipal de Tavira, "Álvaro de Campos"

 

 

 

O Elos Clube de Tavira está atento à movimentação cultural na sua cidade. Assim, dá conta de algumas iniciativas dos últimos tempos que tiveram lugar na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos.

 

1 . Apresentação de livros

 

1.1. “A Casa da Oliveira", de Luís de Melo e Horta

 

No final do ano de 2010 teve lugar a apresentação do livro “A Casa da Oliveira”, da autoria do jornalista Luís de Melo e Horta que durante 19 anos e até 2009 foi Director do órgão regionalista local “Jornal do Sotavento”.

Presidiu à sessão o Dr. Jorge Botelho, Presidente da Câmara Municipal de Tavira e encarregou-se da apresentação o Dr. David Gonçalves Sequeira, Padre e Professor do Ensino Secundário, uma figura de relevo na cultura tavirense.

Tratava-se de uma ficção em que “As contingências sociais e económicas que envolvem, na época, a sociedade tavirense” eram tema do livro, cujo autor esclareceu que “(…) A simbologia em que a “Casa da Oliveira” se constitui como “figura principal” não dispensa, antes reforça, a importância do registo de uma família numerosa, na forma muito especial e muito solidária da sua vivência, a partir dos anos 30 e até final do Século XX, ali reconstituída”.

Muito da experiência do autor no âmbito da Comunicação Social assenta na inventariação de carências locais e regionais e na observação da forma como se desenvolvem as relações humanas, no concreto de comunidades urbanas como Tavira, que fielmente retrata por directo conhecimento.

 

1.2. “Um Olhar no tempo”, do Dr. David Sequeira

 

No princípio de Fevereiro foi a vez do Dr. David Sequeira fazer o lançamento público do seu livro “Um olhar no tempo”, sessão que foi igualmente presidida pelo Presidente do Município, acompanhado na Mesa, além do autor, pelo Dr. Jorge Correia e pelo jornalista Luís de Melo e Horta, a cargo de que esteve a apresentação da obra.

Segundo o prefácio do Bispo Emérito do Algarve, Dom Manuel Madureira Dias, “Não se pode querer encontrar aqui, nem a biografia de quem escreve, nem o relato minucioso de uma vida de pastor da Igreja na plenitude das suas actividades sacerdotais. Mas muito nos é dito da sua vida de “estudante e professor”e das muitas actividades culturais, desportivas e musicais.

Parece ser intenção do seu autor, deixar uma “memória” de muita coisa acontecida para que tal memória “não se venha a perder”. Trata-se de um testemunho. E é, como tal, que deve ser lido e entendido”

O autor constituiu-se, ao longo destes últimos quarenta anos e para além das suas atribuições pastorais, como uma presença interessada e constante na vida social e cultural da cidade de Tavira.

É o que, entre os relatos da sua própria formação, dos caminhos que percorreu e das funções pedagógicas que exerceu, ficou autenticado por este seu “Um olhar no tempo”.

 

2 – “Aristides de Sousa Mendes: uma memória resistente”, palestra pelo Dr. António Sousa Mendes

 

Por iniciativa da Associação Internacional de Paremiologia (AIP) que tem sede nesta cidade e é presidida pelo tavirense, Prof. Doutor Rui Soares, teve lugar a 12 de Fevereiro uma sessão cultural cujo programa envolveu uma exposição em BD sobre a vida e obra de Aristides de Sousa Mendes e uma palestra que recordou aos presentes a memória resistente do Cônsul Português em Bordéus, ao tempo de II Guerra Mundial. A palestra esteve ao cuidado de seu neto, o Dr. António Moncada de Sousa Mendes, professor na Universidade Lusófona e dirigente da Fundação que tem o nome de seu avô.

O orador veio lembrar a figura de Aristides S. Mendes, e a sua acção em que, em território francês, salvou milhares de judeus perseguidos pelo regime nazi, concedendo-lhes o “visto” para entrada em Portugal com que conseguiram escapar aos campos de concentração e às câmaras de gás de Hitler. O diplomata sabia que, ao confrontar as ordens directas de Salazar, arriscava a sua carreira e a sua vida e dos seus familiares.

O Dr. António Mendes fez um relato circunstanciado e apaixonante do que foi a vida de seu avô a partir da decisão que tomou em ajudar tantos milhares de seres humanos e da ignomínia por que passou, ao ser posteriormente demitido das suas funções.

Sem meios de sobrevivência para a grande família que constituíra, e tendo falecido catorze anos depois, em 1954, Sousa Mendes foi uma figura que o Regime de 1926 a 1974 remeteu ao esquecimento.

O Vice-Presidente da Câmara, Arquitecto Luís Nunes havia aberto a sessão, encerrada pelo Presidente da AIP que, depois dos agradecimentos ao orador, ofertou a todos os presentes um marcador de livros, com referências à figura homenageada e contendo um abecedário de provérbios alusivos aos Direitos Humanos.

_______________________

 

Em qualquer das três sessões aqui referidas, o auditório da Biblioteca Municipal de Tavira esteve sempre literalmente cheio.

 

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publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:41
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