Elos Clube de Tavira

Janeiro 05 2011

 Malangatana

 Malangatana Valente Nguenha (Matalana, distrito de Marracuene, 6 de Junho de 1936 - Matosinhos, 5 de Janeiro de 2011) foi um dos pintores moçambicanos mais conhecidos em todo o mundo.

 

Em 1997 foi nomeado pela UNESCO "Artista pela Paz". Trabalhou em vários ofícios humildes, tendo entrado no Núcleo de Arte da então cidade de Lourenço Marques (actual Maputo).

 

Faleceu hoje, 5 de Janeiro de 2011, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos.

 

 

Malangatana também foi poeta:

 

PENSAR ALTO

 

Pensar alto
Sim
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesi
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar

fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em Dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer

mas sim
ao som estridente do kulunguana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor

enquanto as oleiras da aldeia, desta grande aldeia Moçambique
amassam o barro dos rios
para o pote feito ser o depositário
de todo o íntimo desse Povo que se não cala disputando
ecoosamente com os tambores do meu ontem antigo.

 

BIBLIOGRAFIA:

 

Wikipédia

http://programadefestas.wordpress.com/2008/05/21/malangatana-vivencias-galeria-valbom/

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 18:48

Janeiro 05 2011

 (*)

 

Cidade do Vaticano, Domingo, 14 de Novembro de 2010

 

Queridos irmãos e irmãs:

 

(…)

 

A crise económica actual, sobre a qual se tratou também nestes dias na reunião do chamado G20, deve ser concebida em toda a sua seriedade; esta tem numerosas causas e exige uma revisão profunda do modelo de desenvolvimento económico global (cf. encíclica Caritas in veritate, 21). É um sintoma agudo que se somou a outros também graves e já bem conhecidos, como o perdurar do desequilíbrio entre riqueza e pobreza, o escândalo da fome, a emergência ecológica e, actualmente, também geral, o problema das greves. Neste quadro, parece decisivo um relançamento estratégico da agricultura. De facto, o processo de industrialização às vezes ensombrou o sector agrícola, o qual, ainda contando com os benefícios dos conhecimentos e das técnicas modernas, contudo, perdeu importância, com notáveis consequências também no campo cultural. Este parece ser o momento para um convite a revalorizar a agricultura, não em sentido nostálgico, mas como recurso indispensável para o futuro.

 

Na situação económica actual, a tentação para as economias mais dinâmicas é a de recorrer a alianças vantajosas que, contudo, podem acabar sendo prejudiciais para os Estados mais pobres, prolongando situações de pobreza extrema de massas de homens e mulheres e esgotando os recursos naturais da Terra, confiada por Deus Criador ao homem – como diz o Génesis – para que a cultive e proteja (cf. 2, 15). Além disso, apesar da crise, consta que nos países de antiga industrialização, se incentivam estilos de vida marcados por um consumo insustentável, que também acabam prejudicando o ambiente e os pobres. É necessário dirigir-se, portanto, de forma verdadeiramente concertada, a um novo equilíbrio entre agricultura, indústria e serviços, para que o desenvolvimento seja sustentável, não falte pão para ninguém e para que o trabalho, o ar, a água e os demais recursos primários sejam preservados como bens universais (cf. Caritas in veritate, 27).

 

Para isso, é fundamental cultivar e difundir uma clara consciência ética à altura dos desafios mais complexos do tempo presente; educar-se num consumo mais sábio e responsável; promover a responsabilidade pessoal junto à dimensão social das actividades rurais, fundadas em valores perenes, como o acolhimento, a solidariedade, a partilha do cansaço no trabalho. Muitos jovens já escolheram este caminho; também muitos licenciados voltam a dedicar-se à empresa agrícola, sentindo responder assim não somente a uma necessidade pessoal e familiar, mas também a um sinal dos tempos, a uma sensibilidade concreta pelo bem comum.

 

(…)

 

 

(*) http://www.google.pt/imgres?imgurl=https://1.bp.blogspot.com/_gdCFmLqqdRk/S-ngeAF80tI/AAAAAAAAAlo/nNC63_j6z2E/s400/papa_bento_xvi.jpg&imgrefurl=http://pedrosantanalopes.blogspot.com/2010/05/bento-xvi.html&usg=__wLaF1zeSUtfh76NZXjNPisCf1GA=&h=336&w=380&sz=21&hl=pt-pt&start=0&zoom=1&tbnid=TjPOeqDq4k3D7M:&tbnh=159&tbnw=170&prev=/images%3Fq%3DBento%2BXVI%26um%3D1%26hl%3Dpt-pt%26sa%3DN%26biw%3D1007%26bih%3D681%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=479&vpy=115&dur=4025&hovh=211&hovw=239&tx=130&ty=124&ei=bj8kTa3LGMeDswbhwLHbDA&oei=bj8kTa3LGMeDswbhwLHbDA&esq=1&page=1&ndsp=13&ved=1t:429,r:2,s:0

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:48
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