Poeta, poeta, vives com a cabeça na lua.
Procuras, alma inquieta, a beleza das coisas, o sentido da vida.
O sofrimento que nos outros a alma embota,
Em ti a verve e a sensibilidade exacerba.
Precisas dele para seres... poeta.
A vida feliz, partilhada, para ti não existe.
A triste, sofrida, solitária, é a tua.
Poeta, idealizas, vês o que os outros não vêem,
Percebes dores, emoções que aos outros escapa.
Transformas sentimentos, sons, ideias,
Em versos que tocam aos corações.
Ah! Poeta, às vezes até eu te entendo,
Aqui as coisas estão tão duras, complexas,
Que eu preferiria viver lá nas estrelas,
Longe, onde a Terra é uma linda bola azul sem problemas.
Maria Eduarda Fagundes