Elos Clube de Tavira

Maio 29 2010

 

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Hoje refiro-me à voracidade típica desta época post-modernista em que só se pensa na competitividade.

 

O post-moderno é ateu ou, no mínimo, agnóstico; para ele a vida é esta em que estamos e mais nenhuma. Por isso mesmo quer TUDO, JÁ! E como não se sente vinculado a uma Moral, também ignora a correspondente Ética. Ou seja, tudo vale para que alcance imediatamente a sua própria felicidade sem sacrifícios pessoais mas eventualmente à custa de sacrifícios alheios. Egocêntrico, assume o egoísmo como algo de natural e não olha a meios para alcançar os seus fins. E fá-lo de consciência tranquila, sem sentimento de culpa, porque amoral e aético.

 

Quando a inovação tecnológica deixou de proporcionar as margens de lucro ambicionadas pelos vorazes, restou-lhes a matéria-prima alvo da sua cobiça, o dinheiro. Assim foram os «capitães de indústria» substituídos pelos magnatas da finança e do investimento produtivo se passou à extremada especulação bolsista.

 

Mas entretanto a corda esticou, rebentou e ficámos a braços com a bancarrota mundial.

 

Que fazer? Eis a questão cuja resposta não passa pelo encarceramento do todos os culpados pois não há grades suficientemente grandes para aprisionar meio mundo. E a reciclagem de mentalidades vai demorar...

 

Creio que chegou a hora de celebrarmos uma missa de requiem pelo Liberalismo pois é altura de reconhecermos que não é ao mercado anónimo e suas forças ocultas que compete gerir o bem comum. Vilfredo Pareto que me desculpe, reconheço as suas boas intenções mas dessa tarefa, a da prossecução do bem-comum, se devem encarregar nominativamente os Governos democraticamente eleitos com base em Programas claros e evidentes para o eleitor comum.

 

Liberalismo, R. I. P.

 

Mas não podemos celebrar por defunto sem lhe encontrarmos um herdeiro. E se a laicização da sociedade actual induz menos ao temor da ira divina do que nas dos nossos antepassados, pugnemos por princípios aceitáveis pelas elites futuras que orientem globalmente a sociedade em que hão-de viver os nossos sucessores. Para isso cito D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, no seu livro “1810-1910-2010 DATAS E DESAFIOS” na pág. 121: «as coisas não são boas ou más porque Deus as mande ou as proíba; antes as manda porque são boas e as proíbe porque são más». Ou seja, tanto o bem como o mal existem fora da discussão teológica e por isso é possível erigirmos uma Ética agnóstica.

 

Por que esperamos?

 

Outubro de 2009

 

 Henrique Salles da Fonseca

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:35
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