Elos Clube de Tavira

Julho 09 2010

 

 

Quem passou pela vida em branca nuvem

E em plácido repouso adormeceu;

Quem não sentiu o frio da desgraça,

Quem passou pela vida e não sofreu;

Foi espectro de homem, não foi homem,

Só passou pela vida, não viveu.

 

 Ver imagem em tamanho grandeFrancisco Otaviano

 

Da Wikipédia: Francisco Otaviano de Almeida Rosa (Rio de Janeiro, 26 de Junho de 1825 — Rio de Janeiro, 28 de Junho de 1889) foi um advogado, jornalista, diplomata, político e poeta brasileiro

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:07
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Junho 13 2010

 

 

“Quão formosa e quão aprazível és ó,

amor em delícias.” Cantares, 7:6)

 

Você quer ser minha namorada?

Sim, sou casado. Tenho uma esposa.

Mas, veja só, eu estou querendo é uma namorada!

Não é que eu não goste da esposa que tenho. Ela é óptima dona de casa, e excelente mãe... Mas eu estou procurando é uma namorada. Bem do jeito que decantou Vinícius:

 

Se você quer ser minha namorada,

Mas que linda namorada, você poderia ser:

 Se quiser ser somente minha,

Exactamente essa coisinha,

Essa coisa toda minha

...Você tem que vir comigo em meu caminho…”

 

Isto mesmo: alguém que venha comigo em meu caminho, e que me reconduza à juventude. Que ria e que me faça rir; que fale de coisas alegres e agradáveis; que se disponha a passear comigo de mãos dadas, a ir ao cinema, ao parque... a comer pipoca e a falar de amenidades e até de futilidades…

Pois é. Não é nada disso que faz minha esposa!

Ela fala só de problemas: com a empregada, com a vizinha, com os filhos.

Repisa as dificuldades financeiras, os senões domésticos, a torneira vazando, o fogão enguiçado, e por aí afora.

Está sempre nervosa, irritada, indisposta, cansada, saturada de tudo…

Por isso que eu estou querendo encontrar uma namorada.

E gostaria que fosse VOCÊ, que conheço tão bem e a quem tanto estimo!

Gosto de seu estilo, de seu porte, de seu jeito de ser. Admiro-a há muito tempo e fico imaginando como seria bom namorá-la, cortejá-la, amá-la…

Imagino-me encontrando-a, toda produzida, perfumada, sorridente, solta, disposta a um programa gostoso, tranquilo e descontraído, sem outro compromisso que não o de nos fazermos mutuamente felizes!

Ah! Como seria bom! Como eu me sentiria realizado!

Remorso? Dor de consciência?

De forma alguma! A pureza de meu afecto, de meu amor, justificaria tudo perfeitamente.

Além disso, a alegria e felicidade que, por certo, eu veria estampadas em seu rosto querido compensariam tudo, tudo!

Então? Você quer ser minha namorada — ou melhor — quer voltar a ser minha namorada…

MINHA ESPOSA?

 

J. B. Oliveira

 

(Do livro “Iluminação Interior - Mensagens e Temas para Meditar”, de J. B. Oliveira, publicação da Madras Editora)

 

A propósito do Dia dos Namorados que no Brasil se comemora em 11 de Junho

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 17:00
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Maio 28 2010

Foto: Arquivo particular

 

 

Dizem os psicólogos e filósofos que viver o seu tempo implica em adequar comportamentos às diferentes necessidades de cada etapa da vida. Viver a vida é aprender a lidar com perdas e ganhos, é fazer escolhas, seguir caminhos, é entender e aceitar as mudanças que marcam o nosso destino, quando não há mais volta.

 

Para a criança o passado é quase inexistente, foi ontem, ainda não deixou marcas suficientes para construir uma história. O presente se faz de uma maneira intensa, marcante, onde a cognição dá à criança aquele ar puro, abstracto, inocente, de quem olha o mundo pela primeira vez. O futuro é um largo e dilatado horizonte, onde não se vê o fim, só inúmeras possibilidades fantasiosas.

 

É na infância que percebemos e aprendemos a ver o que nos cerca, a conhecer pessoas e objectos de maneira clara, sem preconceito de qualquer espécie, de uma forma natural e intuitiva, livres de pensamentos volitivos. É nessa fase da vida que o cérebro procura incessantes novidades para se alimentar e desenvolver, para armazenar imagens e sensações na memória. No futuro isso lhe dará a consciência, a básica cosmo-visão, a compreensão que, junto à educação e à genética, a fará um adulto lúcido ou toleirão, um bom ou mau cidadão. Nos lares normais e estruturados é na meninice que se é mais feliz. O mundo infantil se resume a quadros familiares, teatrais restritos, repetitivos, exclusivos, onde a criança vive harmoniosamente protegida e suprida nas suas elementares necessidades. Os anos passam, a criança cresce e se transforma num jovem em busca de identidade própria. Tem anseios e desejos, sonha, tem ilusões. É a idade das inquietações, quando se espera tudo do mundo, principalmente a felicidade. É o tempo das revoltas ao ver as injustiças, é quando se quer mudar o mundo, acusando-o da pobreza material e da vacuidade da sociedade. É nesse tempo que se entende que para se conseguir o que se quer é preciso abdicar de algo, fazer sacrifícios, lutar. É na juventude que se aprende que realizar sonhos tem um preço. É nessa época de vigor, de escolhas ainda não sedimentadas, de tentativas, de erros e acertos, que o futuro é possível.

 

À medida que se aproxima a maturidade pouco a pouco se fecham portas, diminuem as opções de vida, as alternativas profissionais. Não se decidindo, o homem acaba sendo levado pelas oportunidades ou pelas necessidades. Aos 40 anos está completo. É um profissional, tem uma posição social e responsabilidades familiares. É a fase das realizações, das conquistas, das vaidades. Mas também é a época das perdas, dos lutos, dos arrependimentos, das frustrações, quando a vida não lhe traz o que gostaria. Mudar de comportamento, de vivências, é cada vez mais difícil. A vida fica menos flexível, as oportunidades são menores, o campo de actividades mais restrito. Porém, se as energias vitais ainda são suficientes e se ainda tem “ fichas para gastar”, com ajuda do psicólogo, pode recomeçar.

 

O homem ao chegar a velhice está mais ilustrado, tem mais a oferecer que para receber da sociedade. Sabe quem é. Liberto das paixões, das tolas vaidades, não precisa disputar mais nada. Sabe que tudo um dia acaba. A vitalidade física cai, perde as ilusões, a memória apaga as más recordações, retém os bons momentos, como flashes. Fica o conhecimento abstracto subentendido na infância, conceitos e valores pessoais, visão do passado. A vida urge, encurta porque a memória do tempo rotineiro vivido aos poucos se esfumaça. O velho vivência o que acumulou de conhecimento em si mesmo. Faz o que pode e depois esquece.... É a memória falhando. O que lhe importa ao final de seus dias é a segurança material, o carinho da família, o bem-estar. À consumação das energias vitais, quando expira o seu tempo existencial, a morte natural passa a ser leve, até desejada como o descanso final.

 

Maria Eduarda Fagundes

Uberaba, 01/04/10

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:26
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