Elos Clube de Tavira

Janeiro 05 2011

 Malangatana

 Malangatana Valente Nguenha (Matalana, distrito de Marracuene, 6 de Junho de 1936 - Matosinhos, 5 de Janeiro de 2011) foi um dos pintores moçambicanos mais conhecidos em todo o mundo.

 

Em 1997 foi nomeado pela UNESCO "Artista pela Paz". Trabalhou em vários ofícios humildes, tendo entrado no Núcleo de Arte da então cidade de Lourenço Marques (actual Maputo).

 

Faleceu hoje, 5 de Janeiro de 2011, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos.

 

 

Malangatana também foi poeta:

 

PENSAR ALTO

 

Pensar alto
Sim
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesi
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar

fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em Dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer

mas sim
ao som estridente do kulunguana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor

enquanto as oleiras da aldeia, desta grande aldeia Moçambique
amassam o barro dos rios
para o pote feito ser o depositário
de todo o íntimo desse Povo que se não cala disputando
ecoosamente com os tambores do meu ontem antigo.

 

BIBLIOGRAFIA:

 

Wikipédia

http://programadefestas.wordpress.com/2008/05/21/malangatana-vivencias-galeria-valbom/

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 18:48

Julho 27 2010

 

 

A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza.

 

Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.

 

Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.

 

Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.

 

A verdade é esta: são demasiado pobres os nossos "ricos". Aquilo que têm, não detêm. Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas.

 

Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram. Vivem na obsessão de poderem ser roubados. Necessitavam de forças policiais à altura. Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia. Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.

 

Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem...

 

  Mia Couto

http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.nosrevista.com.br/wp-content/uploads/2009/02/mia_couto.jpg&imgrefurl=http://www.nosrevista.com.br/2009/02/20/adaptacao-de-livro-de-mia-couto-pronta-em-2009/&usg=__8Mng-XcTbm5f3SOeX1pu1hy9nMs=&h=331&w=358&sz=34&hl=pt-PT&start=0&sig2=YiE5qZqd7hAxU2OSM-wZEQ&tbnid=tlex5Io1HZWREM:&tbnh=130&tbnw=139&ei=NvNOTLTOG5DeOPKcmZoC&prev=/images%3Fq%3DMia%252BCouto%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26biw%3D1003%26bih%3D574%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=301&vpy=98&dur=281&hovh=216&hovw=233&tx=134&ty=133&page=1&ndsp=17&ved=1t:429,r:1,s:0

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 15:50

Junho 26 2010

 

 

Em 2001...

 

Não vale a pena ver sempre tudo pelo lado trágico mas, vez por outra, encarar as situações com boa disposição. Faz até bem à saúde.

 

Multa por osmose

 

Um grupo de portugueses que há pouco tempo visitou a África do Sul, alugou meia dúzia de carros e aí vai em passeio pelo Kruger Park, e Suazilandia. Da capital da Suazi à fronteira de Moçambique são uns escassos 150 quilómetros. Porque não ir lá almoçar? Lá vão os seis carros, passam a fronteira mesmo sem visto, deixando os passaportes no controle de fronteiras, porque se tratava de uma visita de um só dia. Um pouco adiante na estrada, a polícia. Manda parar os da frente e começa a multá-los porque não levavam os cintos de segurança colocados. O último carro parou também, mesmo sem que tivesse recebido ordens para isso, mas porque viajava com o grupo. Aproxima-se o polícia:

 

- Tu também estás multado.

- Multa de quê?

- Cinto de segurança.

- Mas eu tenho o cinto colocado, como vê. Só parei porque venho junto com aqueles carros.

- Paraste, não paraste? Então também vais pagar a multa.

- ?!

 

 

A “doença” da pele

 

O Jorge é um trabalhador moçambicano, escuro, como seria de imaginar, que presta serviço na carpintaria da Casa do Gaiato. O “mestre” é um antigo gaiato de Portugal, português de sotaque fechado lá da bimbas do Minho, louro. Trata todo o mundo como se fossem cães infiéis! Foi possivelmente assim que o trataram em pequeno até ser recolhido em Paço de Sousa, para se tornar homem. Berra muito, com todos, mas não passa de berraria, e a maioria já o deixa a falar sozinho. De qualquer modo não é agradável passar o tempo todo a ouvir um sujeito berrar, tanto mais que não parece ser esse o melhor método de ensino. Mas...

 

Um dia o Jorge, depois de ter feito uma série de asneiras na montagem dumas janelas, ouviu uns “porros” a mais e foi queixar-se. No calor das suas queixosas divagações teve a infelicidade de apontar para o pulso e dizer ameaçadoramente:

 

- Se não fosse esta pele.

 

Eu, que estava assistindo, não participando, do problema, avancei para o Jorge, peguei no braço dele e:

 

- Não me diga que você está com um problema de pele. Chegue aqui à luz. Deixe ver. O melhor é você ir ao posto médico. Pode ser contagioso.

 

O Jorge entupiu. Entendeu a mensagem e riu. Daí em diante quando passava por ele sempre lhe perguntava se estava melhor da pele! Ganhei outro amigo!

 

 

Lá vai o combóio, lá vai...

 

Portugal, quando senhor de Moçambique, seguiu à letra a filosofia do homem de visão, cujas ideias foram desumanamente aplicadas, António Enes. Assim, em condições que na maioria dos casos se consideram hoje condenáveis, habilitou-se a colónia, ou província, com uma razoável rede de caminhos-de-ferro, com mais de 3.500 quilómetros de extensão. Isso permitiu desenvolver o país, e continua a ser uma das fontes de divisas, pelos serviços prestados aos vizinhos Suazilandia, África do Sul, Zimbabwe, Zâmbia e Malawi. Mal ou bem, depois da devastadora guerra fratricida, os comboios continuam a circular, a maioria do equipamento muito degradado.

 

“Apeadeiro Diogo”. Ao fundo a Casa do Gaiato

 

Uma das linhas faz Maputo-Suazilandia, sobretudo para daqui trazer o açúcar e outros produtos de exportação deste vizinho. A quarenta quilómetros da capital, passado Boane, o terreno sobre um pouco, muito pouco, e lá vem a formação, uma locomotiva e trinta e cinco vagões, a ter que vencer aquela serra de uns quarenta metros de altitude!
Durante as primeiras semanas que ali estive assisti a algo interessante. As locomotivas não tinham força para carregar aquela parafernália toda por ali “a cima”! O declive não será talvez de 0,5 por cento, mas a verdade é que num determinado lugar o trem parava. O maquinista descia, andava a pé pouco mais de mil metros e ia à Casa do Gaiato pedir para telefonar para a estação central. Ficava por lá um bocado na conversa, até que uma a duas horas depois chegava outra locomotiva a dar o empurrãozinho necessário para tirar o trem dali! Não aconteceu uma vez só. Durante várias semanas isto acontecia quase sistematicamente. Por fim devem ter reparado os motores e o problema ficou resolvido!]No ano anterior, ali mesmo em frente à Casa, onde está a moderna estação-apeadeiro, “Diogo”, nome do antigo proprietário português daquela machamba, e onde no tempo da guerra algumas formações ferroviárias foram dinamitadas e destruídas, voltava da Suazilandia mais um combóio, sempre com os mesmos trinta e cinco vagões a reboque. Desta vez o trem desce. As grandes inundações afetaram tudo, até a estrutura dos aterros de assentamento da linha, a que se pode juntar aquilo que normalmente se chamaria falta de conveniente manutenção. Um dos carris não aguentou, abriu e... lá vão vinte e seis vagões descarrilados. Uns com açúcar, outros com combustível, outros com carga diversa. O maquinista seguiu viagem. Quando parou na estação seguinte é que lhe perguntaram:

 
- Ha! Ha! Como tu só traz nove vagões? Onde estão os outros, pá?

- Não sei!

 

Não sabia. Nem se deu conta que a máquina puxava mais folgada. Era a descer. Da Casa do Gaiato é que viram o acidente, para lá correram, alertou-se a central e mandaram vir bombeiros e ambulâncias porque no meio daquelas ferragens estavam dois homens presos! Lá vieram. Primeiro, soldados para não deixar que o povo saqueasse o açúcar e outros alimentos. Sete horas depois o socorro aos homens. Um entretanto não necessitava mais de socorro!

 

 

Um dos vagões ainda lá está... “perdido”!

 

Dezembro de 2001

 

Francisco Gomes de Amorim

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 11:56

Maio 22 2010

 

 

Dicionário da autoria de António Cabral e editado em 1975

 

http://www.malhanga.com/flipbook/dicionario.nomes/index.html?pageNumber=1

 

• Para já ficam as letras A a D...

• Depois, com tempo, o que falta do livro; ao todo, são 170 páginas.

• O acesso é muito fácil – clicar nas setas situadas no rodapé, ou então folhear as páginas com o cursor do "rato". Para aumentar...basta clicar sobre as mesmas.

• Não esquecer de clicar na tecla do monitor completo, que está no rodapé, para encher a tela.

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 14:37

Maio 07 2010

 

 

Dez acordos selam a visita

 

A VISITA de Estado de dois dias que o Presidente Armando Guebuza vinha efectuando a Portugal terminou com a assinatura de 10 acordos de cooperação entre os dois países em diversos domínios socioeconómicos. Os acordos foram rubricados pouco depois de um encontro entre o estadista moçambicano e o Primeiro-Ministro português tendo no final os dois dirigentes dito a jornalistas que os documentos acabados de rubricar revelam que as partes estão determinadas a trabalhar no desenvolvimento recíproco, em prol do bem-estar dos respectivos povos.

 

Dos 10 acordos, seis foram rubricados pelos dois governos e quatro por empresas públicas e privadas. Dos acordos assinados pelos governos destacam-se uma convenção sobre segurança social, um acordo sobre o serviço aéreo e três protocolos: o primeiro sobre a construção de estradas na Zambézia, o segundo, denominado Capulana e que prevê a construção de hotéis e resorts e o terceiro relativo à construção de um centro de Bio-Tecnologias.

 

Entre os acordos rubricados pelo sector empresarial consta um que prevê a construção de uma estrada na Zambézia, outro sobre energias renováveis, bem como o que se traduzirá na construção de várias outras infra-estruturas, destacando-se 50 escolas e igual número de hospitais. Da parte de Moçambique, a maior parte dos acordos foi assinada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi e pelo ministro do Turismo, Fernando Sumbana Júnior.

 

O Presidente Armando Guebuza e o Primeiro-Ministro Sócrates voltaram a enfatizar que as relações diplomáticas, políticas e económicas entre os dois países estão num nível jamais atingido em toda a história de relacionamento entre os dois países unidos pela História há mais de cinco séculos. “Estamos muito satisfeitos porque passado apenas pouco tempo depois de termos decidido que devemos trabalhar juntos em prol do desenvolvimento mútuo dos nossos respectivos países agora já estamos a ver como é que iremos concretizar essa nossa vontade”, disse o Chefe do Estado moçambicano nas breves declarações que prestou a jornalistas que cobriram o encontro com José Sócrates na sua residência oficial, em Lisboa. Por sua vez, o Primeiro-Ministro português disse que “queremos que esta visita sirva para consolidarmos ainda mais as nossas relações de cooperação e comerciais”, adiantando que mesmo antes destes acordos rubricados, já há dados que mostram que “a nossa cooperação nestes domínios já é muito boa”. Destacou que depois da resolução do diferendo sobre a Barragem de Cahora Bassa os dois países “removeram a última pedra nos seus sapatos que lhes dificultava a marcha e que os levará a uma cooperação tão alta como o são agora as suas relações diplomáticas e políticas”.

 

Há que notar que Portugal, na voz do seu Presidente, Aníbal Cavaco Silva, foi um dos primeiros países, senão mesmo o primeiro, a nível da Europa, a reconhecer publicamente a reeleição do Presidente Armando Guebuza para o segundo mandato, num acto que, segundo peritos políticos, terá ajudado a dissipar ou a desfazer, em grande parte, os argumentos e mesmo sofismas dos que podiam tentar dizer o contrário.

 

Antes de se avistar com José Sócrates e testemunhar a assinatura dos acordos que estabelecem algumas das balizas que irão nortear a cooperação entre as duas partes, o Presidente Guebuza visitou uma série de empreendimentos socioeconómicos com o intuito de se inteirar das suas capacidades empresariais e assim poder aferir o que se pode replicar em Moçambique. Entre esses empreendimentos, destacam-se uma Rede Nacional de Mercados Abastecedores, mais conhecido por IMAB-MARl, um projecto concebido para ser posto em prática em Moçambique no domínio da logística alimentar que será mais conhecida por Fomentinvest, Parque Eólico da Serra d'El Rei e uma central vocacionada às energias renováveis conhecida com a sigla ENERNOVA.

 

Já nos momentos finais da sua visita a Portugal, o estadista moçambicano teve um encontro com a comunidade nacional residente no país, antes de proferir um discurso que marcou o fim de um concorrido seminário empresarial, que contou com a participação dos 76 empresários moçambicanos que integram a comitiva do Chefe do Estado e dos seus homólogos portugueses.

 

 http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/

 

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:50

Maio 01 2010

ONG portuguesa apetrecha com 20 mil livros três bibliotecas do sul de Moçambique

 

 

http://www.aidglobal.org/userfiles/imagens/artigos/infoinclusaojovens_xaixai.jpg

 

A organização não governamental portuguesa Acção e Integração para o Desenvolvimento Global (AIDGLOBAL) oferece 8700 títulos à biblioteca municipal de Xai-Xai no âmbito de um projecto de revitalização de livrarias no sul de Moçambique. A iniciativa, fruto de uma parceria com as autoridades municipais de Gaza, arrancou há três anos e resultou já na angariação, em Portugal, de cerca de 20 mil livros, distribuídos a três bibliotecas daquela província moçambicana.

 

Em declarações à Lusa, a representante da AIDGLOBAL, Ana Sequeira, destacou a importância do programa de apetrechamento de bibliotecas em Moçambique “por permitir que alunos, professores e funcionários públicos tenham acesso aos livros”. Com o lançamento das bibliotecas nos distritos de Xai-Xai, Chokwé e Chibuto, “100 a 200 mil pessoas passaram a ter acesso a livros, incluindo funcionários públicos. Existe outro público que não é só do ensino secundário”, disse Ana Sequeira.

 

Desde o arranque do projecto, disse, a organização não governamental portuguesa AIDGLOBAL, além dos 20 mil títulos, equipou duas das três bibliotecas dos distritos de Gaza com 20 computadores, que passaram a dispor de “infotecas”.

 

“O nosso objectivo é a criação de bibliotecas” no sul de Moçambique. “Moçambique está numa fase muito inicial da utilização dos livros e a nossa ideia é universalizar os livros. Queremos que cada escola tenha, pelo menos, uma biblioteca”, acrescentou Ana Sequeira.

 

No Dia Mundial do Livro, 23 de Abril, a AIDGLOBAL arrancou com uma nova “campanha de angariação de padrinhos” em Moçambique e Portugal visando a criação de bibliotecas no país, adiantou Ana Sequeira.

 

A representante da AIDGLOBAL justificou a realização da campanha com o facto de “Moçambique estar a dar passos no acesso universal à Educação”, embora “não exista espaço de acesso ao livro”.

 

“Entramos numa escola, vemos carteiras, mas não têm livros”, afirmou.

 

In “Moçambique para todos” http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/

 

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:32

Abril 18 2010

 

… escrito por Paulo Pires Teixeira

 

 

Nampula, sede de província do mesmo nome e capital do norte de Moçambique, é a cidade mais jovem do país, tendo sido fundada a 7 de Fevereiro de 1907, pelo Major Neutel de Abreu, oriundo de Figueiró dos Vinhos.

 

 http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://ultramar.terraweb.biz/Imagens/Mocambique/FernandoAlmeida/Nampula/05_fernandoalmeida_nampula_agosto_1966.jpg&imgrefurl=http://ultramar.terraweb.biz/Imagens/mocambique_FernandoAlmeida_nampula.htm&usg=__pIg2WkZyj9hTXiRMb9IzNloFX4Y=&h=600&w=391&sz=63&hl=pt-PT&start=1&um=1&itbs=1&tbnid=NUbN6f3L3PDYlM:&tbnh=135&tbnw=88&prev=/images%3Fq%3DNeutel%252Bde%252BAbreu%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1

 

 

Apesar do percurso recente mas rico de acontecimentos, não existe uma obra condensada da história de Nampula.

 

Ciente desse facto, Paulo Pires Teixeira, natural daquela província mas com ascendência em Figueiró dos Vinhos, mudou-se para Moçambique para, entre outras obras, concluir as suas pesquisas e investigações sobre a história da cidade. A obra começa a fazer história entre o período de 1896 - ano em que foi identificada a região do Régulo Terela M’Phula (Nampula) como estratégica para a construção de um posto militar e assim viabilizar a sua ocupação e pacificação, iniciativa que seria materializada por Neutel de Abreu a 7 de Fevereiro de 1907 - e vai até 1956, ano da elevação de Nampula a cidade e, nesse âmbito, as inaugurações da Catedral de N. Sr.ª de Fátima, Museu Regional Comandante Ferreira de Almeida, Estádio Municipal, Estátua do Major Neutel de Abreu e o Hospital-Granja de Namaíta.

 

Vista parcial de Nampula --fotografia da colecção da Foto Marques

 

A Cronologia História naquele período é o capítulo mais apelativo em termos de informação sobre a cidade, que vai desde o ano de reconhecimento da região pelo 1.º Governador do Distrito de Moçambique, Capitão Eduardo Costa, criação da localidade e povoação de Nampula e elevações a vila e cidade, passando pelo primeiro estabelecimento comercial, visitas ministeriais e presidenciais, construção de edifícios emblemáticos, até à fundação das escolas, dos Colégios N. Sr.ª das Vitórias e Vasco da Gama e um desenho de 1941 do Arquitecto Raul Lino, que serviu de esboço para o projecto da sua autoria da Catedral.

 

As circunstâncias históricas que levaram Neutel de Abreu àquela região, uma biografia e algumas curiosidades, constituirão o tema de alguns de outros capítulos.

 

NAMPULA - bordadores de cofios_resize.gif

 http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://mocambique.blogs.sapo.pt/arquivo/NAMPULA%2520-%2520bordadores%2520de%2520cofios_resize.gif&imgrefurl=http://mocambique.blogs.sapo.pt/arquivo/186300.html&usg=__2xoXvVRIupDpbVfOmXeMYpabzfk=&h=275&w=276&sz=60&hl=pt-PT&start=21&um=1&itbs=1&tbnid=ziLFso-tlegQ1M:&tbnh=114&tbnw=114&prev=/images%3Fq%3DNampula%26start%3D20%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26ndsp%3D20%26tbs%3Disch:1

 

As cerca de 500 fotografias antigas e recentes, desenhos, gravuras e mapas, serão argumentos que tornarão dinâmica e viva esta obra.

 

O período compreendido entre 1957 e 2010 está em elaboração e será remetido para um segundo volume a ser lançado em finais de 2010.

 

 livro.nampula.reserva@gmail.com

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:42

Março 30 2010

AUTOBIOGRAFIA

 

 

(Lourenço Marques, 28 de Maio de 1922 - Maputo, 6 de Fevereiro de 2003)

 

«Nasci a primeira vez em 28 de Maio de 1922. Isto num domingo. Chamaram-me Sontinho, diminutivo de Sonto[1]. Isto por parte da minha mãe, claro. Por parte do meu pai, fiquei José.

 

Aonde? Na Av. Do Zihlahla, entre o Alto Maé e como quem vai para o Xipamanine. Bairros de quem? Bairros de pobres.

 

Nasci a segunda vez quando me fizeram descobrir que era mulato...

 

A seguir, fui nascendo à medida das circunstâncias impostas pelos outros.

 

Quando o meu pai foi de vez, tive outro pai: seu irmão.

 

E a partir de cada nascimento, eu tinha a felicidade de ver um problema a menos e um dilema a mais. Por isso, muito cedo, a terrra natal em termos de Pátria e de opção.

 

Quando a minha mãe foi de vez, outra mãe: Moçambique. A opção por causa do meu pai branco e da minha mãe preta.

 

Nasci ainda outra vez no jornal O Brado Africano. No mesmo em que também nasceram Rui de Noronha e Noémia de Sousa.

 

Muito desporto marcou-me o corpo e o espírito. Esforço, competição, vitória e derrota, sacrifício até à exaustão. Temperado por tudo isso. Talvez por causa do meu pai, mais agnóstico do que ateu. Talvez por causa do meu pai, encontrando no Amor a sublimação de tudo. Mesmo da Pátria. Ou antes: principalmente da Pátria.

 

Por parte de minha mãe, só resignação. Uma luta incessante comigo próprio. Autodidacta.

 

Minha grande aventura: ser pai. Depois, eu casado. Mas casado quando quis. E como quis.

 

Escrever poemas, o meu refúgio, o meu País também. Uma necessidade angustiosa e urgente de ser cidadão desse País, muitas vezes, altas horas a noite.»

 

 

(1) - Domingo, em língua ronga

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 09:03

Março 26 2010

 

 

 

http://malhanga.multiply.com/journal/item/17

 

 

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 08:45

Março 06 2010

 

NOTA EXPLICATIVA: 
Magaíça – trabalhador moçambicano nas minas da África do 
Sul. A aculturação forçada pelos ingleses foi feita de tal modo
que os homens do sul de Moçambique só são aceites para 
casamento depois de terem estado dois anos nas minas sul-
africanas - método expedito de angariação de mão-de-obra
voluntária e, portanto, barata.
 Estação CFM MaputoEstação ferroviária de Maputo
Magaíça 
 
A manhã azul e ouro dos folhetos de propaganda
engoliu o mamparra,
entontecido todo pela algazarra
incompreensível dos brancos da estação
e pelo resfolegar trepidante dos comboios.
Tragou seus olhos redondos de pasmo,
seu coração apertado na angústia do desconhecido,
sua trouxa de farrapos
carregando a ânsia enorme, tecida
de sonhos insatisfeitos do mamparra.
 
E um dia,
o comboio voltou, arfando, arfando...
oh nhanisse, voltou.
e com ele, magaíça,
de sobretudo, cachecol e meia listrada
e um ser deslocado
embrulhado em ridículo.
 
Às costas – ah onde te ficou a trouxa de sonhos, magaíça?
trazes as malas cheias do falso brilho
do resto da falsa civilização do compound do Rand.
E na mão,
magaíça atordoado acendeu o candeeiro,
à cata das ilusões perdidas,
da mocidade e da saúde que ficaram soterradas
lá nas minas do Jone...
 
A mocidade e a saúde,
as ilusões perdidas
que brilharão como astros no decote de qualquer lady
nas noites deslumbrantes de qualquer City.
 
  Noémia de Sousa
 
Carolina Noémia Abranches de Sousa Soares (Catembe, 1926 — Cascais, 2003) foi uma poetisa e jornalista moçambicana.
 
Entre 1951 e 1964 viveu em Lisboa, onde trabalhou como tradutora, mas, em consequência da sua posição política de oposição ao Estado Novo teve de se instalar em Paris, onde trabalhou no consulado de Marrocos. Começa nesta altura a adoptar o pseudónimo de Vera Micaia.
 
A sua obra está dispersa por muitos jornais e revistas. Colaborou em publicações como Mensagem (CEI), Mensagem (Luanda), Itinerário, Notícias do Bloqueio (Porto, 1959), O Brado Africano, Moçambique 58; Vértice (Coimbra), Sul (Brasil).
 
Foi como jornalista de agências de notícias internacionais que viajou por toda a África durante as lutas pela independência de vários países. Em 1975 regressou a Lisboa, onde trabalhou na Agência Noticiosa Portuguesa.
 
Em 2001, a Associação dos Escritores Moçambicanos publicou o livro Sangue Negro, que reúne a poesia de Noémia de Sousa escrita entre 1949 e 1951 e está representada na antologia de poesia moçambicana Nunca mais é Sábado, organizada por Nelson Saúte (Publicações D. Quixote, Lisboa).
Março de 2010
 
Henrique Salles da Fonseca
 
BIBLIOGRAFIA: Wikipedia
 
publicado por Henrique Salles da Fonseca às 08:22

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