Elos Clube de Tavira

Setembro 24 2010

 

Marina de Tavira

 

 

Conforme planeado vamos iniciar agora o tratamento da náutica de recreio que é de facto a maior falha ainda existente no Sotavento embora seja assunto falado há bastante tempo mas que tem sido menosprezado pelos responsáveis quer a nível nacional ou local por razões de ordem cultural e alguma ignorância.

 

Dado o afastamento da nossa população das actividades marítimas em geral verificado após 74 é natural que a sua maioria não tenha conhecimento do que é a actividade náutica que pretendemos desenvolver no Sotavento pois inclusive na TV o que aparece mais frequentemente são as visões dos mega-iates de alguns magnates o que dá a ideia de que náutica é só isto. O que é tremendamente falso.

 

As embarcações a usar começam por pequenos barcos a remos e à vela a partir, digamos como ordem de grandeza de 3,5 a 4 m de comprimento até atingir dimensões de dezenas de m de comprimento, velas com mais de uma centena de m2 e motores de centenas de cavalos de potência.

 

Ora no Sotavento existem três zonas de águas a saber: o interior da Ria Formosa, o mar e o Rio Guadiana cada uma delas com características diferentes que implicam também utilizações diferenciadas.

 

Assim na primeira deverá privilegiar-se o uso de pequenas embarcações à vela, remos e motores eléctricos ou de baixa potência pois no seu interior não devem ser aceites altas velocidades nem embarcações de grande porte ou motos de água.

 

Os locais mais apropriados para a instalação de portos de recreio começando de poente para oriente são: Olhão, que já iniciou o seu desenvolvimento náutico mas que ainda tem capacidade para mais, Fuzeta que está muito atrasada mas tem capacidade para algumas centenas de postos de amarração de embarcações de pequena e média dimensão mas exige o tratamento dos canais de acesso e barra de forma eficaz e estável, Santa Luzia que tem capacidade para cerca de mil postos de amarração de pequena e média dimensão, Tavira –cidade com capacidade de cerca de centena e meia de postos de amarração de pequena e média dimensão, Tavira 4 Águas com capacidade para mais cerca de duas centenas de postos de amarração de pequena e média dimensão, Tavira- Forte do Rato cerca de 4 a 5 centenas de postos de amarração de média e grande dimensão apenas limitada pela barra, Cabanas com capacidade para cerca de mil postos de amarração de pequena e média dimensão a menos que a obra em curso não o permita o que seria mais que lamentável para não dizer criminoso, Cacela com capacidade para 2 centenas de postos de amarração de pequena dimensão, todos estes no interior da Ria Formosa.

 

A seguir temos a zona da Ponta da Areia, aproveitando o molhe da foz do Guadiana para protecção oriental e construindo um molhe de protecção a poente que permite a construção de um porto de recreio com capacidade para 2000 postos de amarração de média e grande dimensão e com custos de movimentação terras muito baixo com nítida vocação para embarcações de passagem, e já no interior do Guadiana, na Moita uma marina residencial e municipal com 2000 postos de amarração de todas as dimensões.

 

É claro que isto exige a conservação das barras e dos canais, que como se tem verificado não é feito correctamente para o que é necessário haver verbas anuais volumosas. Para isso sugere-se a criação de uma taxa ou equivalente anual por posto de amarração de 10 euros para as menores e crescente com o comprimento da embarcação de forma à média ser da ordem dos 20 euros o daria uma receita superior a 200000 euros manuais, embora esteja convencido que melhor estudada esta sugestão, poderá conseguir-se valor mais elevado.

 

Cada uma destas unidades deverá ser concessionada a uma empresa privada ou mista com as Autarquias, escolhidas por concurso, que investirão e pagarão uma verba anual pela concessão que assim será mais uma verba para as entidades a quem cabe a responsabilidade da Ria e dos Portos, além da fiscalização que terá que ser muito mais eficiente e portanto exigindo a compensação correspondente.

 

Após a recepção das contribuições dos nossos leitores continuaremos esta análise de forma a se poder atingir soluções mais aperfeiçoadas e bem esclarecidas. J

 

  José Carlos Gonçalves Viana

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 22:08

Setembro 20 2010

 

 

De acordo com o que foi apresentado no artigo anterior vamos apresentar, de forma obviamente sintética, as várias actividades que constituem o potencial turístico do Sotavento Algarvio, não de forma definitiva mas apenas como orientação para estimular os leitores a colaborarem activamente nesta iniciativa.

 

 Alfarroba, magnífica alternativa ao cacau na produção de chocolate

 

-Gastronomia típica tradicional e outras mais modernas adaptadas à realidade actual das localidades.

 

-Produção de produtos alimentares como hortaliças, frutas, temperos, grão, ervilhas, favas, etc, que em tempos eram produzidos aqui e tinham fama de excelente qualidade, frangos do campo, borregos, produtos da ria como amêijoa, conquilha, lingueirão, etc., e do campo como azeitonas, figos, amêndoas, alfarroba etc. Já há muito trabalho realizado neste campo como é o caso da In Loco e outras entidades, mas é importante terem mais ajudas e principalmente mais interesse prático por parte dos utilizadores, isto é, estimulando os sectores de distribuição a darem-lhes mais e melhor utilização.

 

A capacidade de produção em regadio parece estar pouco aproveitada e é fundamental que se produza mais e importe menos.

 

E o peixe do mar e de água doce que tanto precisa de ser correctamente tratado mas que tarda a remodelação necessária da pesca que foi tentada em 1982 mas que até hoje continua à espera das decisões essenciais.

 

Haverá certamente dificuldades e estrangulamentos na distribuição em quase todas estas actividades mas nada que não possa ser resolvido se os políticos de serviço quiserem fazê-lo. E nem é caro nem tão complicado como pode parecer. Apenas é preciso vontade política e não ceder aos lobbies do costume.

 

-Pesca desportiva em água doce e água salgada, sempre com devolução do pescado à água.

 

No que respeita à pesca na água salgada convém recordar a experiência existente em outros países em que os pescadores profissionais individuais, frequentemente clandestinos, são os principais interessados em aderir a esta pesca desportiva porque têm mais lucros com menos trabalho e menos riscos e ainda com a vantagem adicional de se tornarem os mais atentos fiscalizadores contra os crimes e desmandos dos predadores.

 

Este assunto será retomado em próximos artigos pela dependência da existência de postos de amarração acessíveis.

 

-Mergulho no mar para contemplação e fotografia, pois para caça é inadmissível, o que implicará a existência de mais recifes artificiais e de barcos afundados, devidamente preparados, para aumentar os locais a visitar.

 

-Caça em coutadas devidamente organizadas de forma sustentada.

 

-Passeios a pé e de bicicleta tendo em conta a necessidade de garantir a segurança e o conforto suficiente para estimular a procura e produzir rendimento.

 

-Desenvolver as artes em particular a da pintura dadas as condições excelentes de luminosidade aproveitando as escolas já existentes e criando outras se for necessário mas principalmente organizando concursos com nível nacional e melhor ainda se se conseguir seja internacional.

 

-E por último a criação de um ambiente de tal qualidade que se torne atractivo para a fixação de população de elevado nível como por exemplo de empresas de “software”.

 

  José Carlos Gonçalves Viana

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 14:15

Setembro 18 2010

http://www.realholidayreports.com/hotel_pics/Hotel_Algarve_Casino_Praia_da_Rocha.jpg

 

 

 

Não parece haver quem duvide que o turismo é a principal fonte de riqueza desta sub região mas também parece não estar a ser bem entendida a forma de a aproveitar a cem por cento.

 

Com efeito convém começar por recordar a definição de turismo: conjunto, sistémico e global, de actividades económicas que em vez de levar o produto ao cliente, trazem este àquele. E se a maioria dos clientes for estrangeira é um excelente meio de exportação e portanto de angariação de divisas.

 

Assim, numerosas actividades cujo transporte é impossível e outras que não é viável a sua exportação, pela sua natureza e/ou dimensão, passam a ser valorizadas e vendidas se forem devidamente trabalhadas e divulgadas.

 

Se isto não for feito correcta e plenamente, grande parte do valor acrescentado da actividade turística é perdido por desaproveitamento de potencialidades existentes ou por substituição de produtos nacionais por outros importados.

 

Ora Portugal atravessa não só uma crise mundial mas também uma crise estrutural e cultural, cujo início se deu há cerca de 25 anos, que tem vindo a deteriorar ainda mais a sua competitividade que desde há bastantes anos já era suficientemente baixa para precisar que fossem tomadas medidas profundas de recuperação, o que não aconteceu. Além de se ter atingido um valor da dívida pública de tal dimensão que se não se mudar radicalmente a maneira de viver e de gerir o País, as Autarquias, as Empresas e as Famílias não conseguiremos vencer em tempo útil estas crises.

 

O Governo Central tem dado alguns sinais positivos desta alteração de rumo, particularmente reduzindo a excessiva despesa pública que cresceu neste período mais de 600%, mas não basta que ele o faça, pois todos os outros intervenientes têm também que dar passos idênticos nas suas esferas de influência.

 

Quando se analisa o Turismo do Sotavento verifica-se existir uma elevada taxa de sazonalidade porque o produto turístico ainda está excessivamente baseado no sol e mar que foi um erro, assaz grosseiro diga-se de passagem, cometido até agora pelos principais responsáveis por este sector e por esta sub-região.

 

Na verdade, o golfe já veio contribuir muito para colmatar esta falha, mas faltam outras actividades essenciais para inverter esta situação, como seja a náutica de recreio e retomar actividades produtivas na agricultura, na agropecuária, na construção naval, na pesca, e noutras que mais adiante se tratará.

 

Ao se fazer um trabalho deste tipo e desta envergadura há que ter a noção precisa da dificuldade do Estado se endividar mais, pelo que todos os planos de desenvolvimento deverão ser realizados de forma a minimizar o investimento estatal e motivar o privado, sem perder a eficiência do papel fundamental de regulador do estado e a capacidade de concorrência eficaz do privado.

 

Assim pretende-se desenvolver no Postal um movimento de captação de interessados nesta campanha a realizar da forma seguinte: vão ser publicados nas próximas edições do jornal artigos, de minha responsabilidade, sobre as várias actividades que constituem o potencial económico do Sotavento e espera-se que os leitores que têm opiniões e sugestões sobre estas iniciativas as escrevam e enviem para o Postal à atenção do programa – O FUTURO DO SOTAVENTO.

 

Os textos recebidos serão aproveitados de forma correcta no decorrer deste programa de forma a incluir a maior quantidade de interessados que normalmente têm dificuldade em exprimir as suas opiniões.

 

Na próxima edição apresentaremos uma lista quase exaustiva com o intuito de facilitar e até motivar os leitores para esta iniciativa.

 

Na edição seguinte trataremos a náutica de recreio por ser das mais importantes e das que mais atrasadas estão aqui, seguindo-se as outras e incluindo as sugestões recebidas entretanto.

 

  José Carlos Gonçalves Viana

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 23:35

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