Elos Clube de Tavira

Abril 27 2010

 

 

EMILIANO DA COSTA

 

Aves, flores, saudades

 

Sol a sol, desde a serra até ao mar,

Das pegas-rabilongas às gaivotas,

A orquestra alada, requintado as notas,

De nascente a poente é só tocar:

 

Ocarinas em fila – terras-cottas

Em beirais de telhado; à beira-mar,

Flautas de abibes; harpas de luar

Em garças ribeirinhas, nas marnotas;

 

Ao longo das ribeiras são as filas

Dos violinos – sílvias e fringilas –

Violetas, violas-trisonoras

 

E no alto do céu, flamas em jogo,

A regê-los, o Pássaro de Fogo

Peneira as grandes asas criadoras.

 

(in “Concerto ao ar livre”)

 

_________________________

 

Augusto Emiliano da Costa nasceu em Tavira em 03/12/1884 e faleceu em Faro a 01/01/1968. Médico, radicou-se em Estói (Faro) e a sua obra poética é constituída por 13 livros e muitos poemas dispersos pelos jornais das décadas de 30 a 50. Apaixonado pelo seu Algarve, pelas suas gentes e pelos seus costumes, num permanente êxtase perante a natureza-mãe algarvia, o seu livro “A Rosairinha” é disso o maior exemplo.

 

 Luís Horta

publicado por Henrique Salles da Fonseca às 07:43

RECEBIDO POR E-MAIL:

Gostei a valer. A lembrar os poetas parnasianos como Théophile Gautier, numa linguagem simultaneamente rica e exótica, de grande concisão e pitoresco, embora com mais ternura do que aquele.
Berta Brás
Henrique Salles da Fonseca a 27 de Abril de 2010 às 21:18

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