Elos Clube de Tavira

Março 09 2011

 Tavira tem dois rios.

 

 

 Um é o Séqua, que nasce nas serranias de Alportel, a escassos vinte quilómetros, e desce mansamente pelo Vale da Asseca até atingir a cidade.


Depois, em pleno centro urbano, alia-se ao Gilão, que nasce ali mesmo, perto da Ponte Romana. Depois, seguem juntos até ao mar, passando ainda pela Ria Formosa, alimentando, nas sedimentações que traz da serra, o viveiro que ecológico que ali se desenvolve.


Esta cidade descobre-se com uma visita. Demorada para que se colham lições da sua História, das vinte e duas igrejas católicas que o espaço urbano contém, do testemunho romano, do castelo muçulmano ou dos vestígios fenícios.


Não deixará, o visitante interessado de cirandar, ainda, pelos arredores até onde a tocam a toalha líquida da Ria Formosa ou do Oceano. Águas que, na sua mansidão, conjugam o rutilante sol com o doirado e finura dos areais, numa cooperação cujos resultados são créditos imediatos para quem escolhe estas paragens para retemperar forças.

 

Tavira espera o ano inteiro pelos seus visitantes. E enquanto espera, vai transmitindo as belas imagens que garantem a sua idoneidade turística. Sem pressas nem atropelos, no convívio do Passado com o Presente e na confiança de um Futuro que tanto é já amanhã como nos dias seguintes.

 

Tavira espera, por si!

 

Luís de Melo e Horta

 

 

 

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As fotos correspondem à Ponte Romana, à Igreja de Santa Maria do Castelo e à queda de Água "Moínhos da Rocha, no Vale da Asseca.

publicado por Elos Clube de Tavira às 14:52

Março 01 2011

Aqui d’el Rei!!!

 

Neste prolongado inverno que nos tem assolado, uma das preferências que tenho por programas televisivos é o “Quem quer ser milionário” da RTP/1. Logo ali, perto dos noticiários  da noite – e tão difíceis eles andam de digerir – que é conveniente fazer desde logo a descompressão de tanto de mau que vamos vendo e ouvindo.

 

Embora repetitivo e com um apresentador – J. C. Malato – que abusa da “chalaça”, visionar este programa deixa-nos em paz, em definitiva paz, com aqueles nossos professores, exigentes e cumpridores que só nos levavam a exame se soubéssemos tudo o que dizia respeito aos programas.


Não falando nas matemáticas – sempre a mesma dificuldade congénita para a maioria discente – tínhamos a certeza de que o curso liceal que fazíamos, nos dava, em sete anos de sacrifício, uma capacidade e um conhecimento abrangente quanto necessário. Era a cultura geral que nos levava, nos voos seguintes, a outras capacidades, para as especializações que cada um quereria, ou poderia, seguir. 

 

A disciplina de Português era bem tratada. Todas as outras, idem, idem.

 

 

E em História, da Antiguidade clássica aos nossos dias, passando pela caminhada de séculos deste cantinho luso e dos países que dele derivaram, tudo era apreendido num conhecimento mínimo do que era a nossa identidade e os seus episódios referenciais que estavam em causa.

 

Os prezados leitores devem ter, tal como eu, reparado numa concorrente, senhora de adequada (?) e actualizada licenciatura que escorregou perante a seguinte pergunta:

 

P- Em que ano foi assassinado o Rei de Portugal Carlos I ?

Verificaram decerto que a resposta, vacilante e completamente ao acaso, incidiu sobre 1142, demonstrando o desprezo que a nível do Ensino, foi votado, de há uma trintena de anos a esta parte, à História de Portugal.

Como estamos a falar de tempos passados, apeteceu-me gritar, como então se faria, em jeito de pedido de socorro:

- Aqui d’el Rei que estão a matar a História de Portugal!

Como já não há “el-Rei”, ninguém me ouvirá. Mas gritei  e grito.

E neste desabafo, fico no mínimo, em paz com a minha consciência.

 

 

Luís de Mello e Horta

publicado por Elos Clube de Tavira às 17:10

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