Fonte: Arquivo particular
No Brasil, as tradições açorianas chegadas a partir do século XVIII deitaram raízes, passaram a fazer parte da vida e do quotidiano do povo que aqui se estabeleceu, principalmente nos Estados do sul e sudeste do país. Uma dessas tradições, o culto ao Espírito Santo, a força divina que nos guia, ganhou influencias culturais de outros povos, novas cantigas, outros adeptos e formas de se exteriorizar, manteve-se a essência.
Reafirmando a tradição antiga, um poema popular açoriano:
Senhor Espírito Santo
Lá da casa da Ribeira
Cheira a cravo, cheira a rosa
Cheira a flor de laranjeira.
Tenho tantas saudades
Como folhas tem o trigo
Não as conto a ninguém
Todas trago comigo.
Minha triste saudade
Vamos nós mais devagar
O amor é criancinha
No correr pode cansar
Pus-me a cantar saudades
Ao pé de uma verde cana
Respondeu-me uma folhinha
Triste vida tem quem ama.
Uberaba, 04/07/10
Maria Eduarda Fagundes